Brasília. A Procuradoria-Geral da República (PGR) autorizou a criação de mais uma força-tarefa dedicada às investigações da operação Lava Jato. Foi criado um grupo composto por quatro procuradores da República em São Paulo para atuar em investigações relacionadas à delação de executivos da Odebrecht. Ao contrário do que ocorre em Curitiba, os integrantes não terão dedicação exclusiva aos casos, o que poderá atrasar o andamento de processos.
A equipe investigará pagamentos ilegais feitos em 2010 a campanhas de políticos como os então candidatos a deputado estadual Barroz Munhoz (PSDB-SP) e Ricardo Montoro (PSDB-SP) e aos então candidatos a deputado federal José Anibal (PSDB-SP), Edson Aparecido (PSDB-SP), José Genoíno (PT-SP) e João Paulo Cunha (PT-SP). Também estarão no alvo da nova força-tarefa pagamentos à campanha de Alexandre Padilha (PT-SP) ao governo de SP em 2014, a José Eymael (PSDC) à Presidência da República em 2010 e a Fernando Haddad (PT) à Prefeitura de São Paulo em 2012.
Também caberá ao grupo investigar pagamentos a agentes públicos no contexto de obras da linha 2 do Metrô de São Paulo e da construção da rodovia Carvalho Pinto, além de investigações sobre o apoio da Odebrecht a atividades de Luís Cláudio Lula da Silva, filho do ex-presidente Lula, e pagamentos a Frei Chico, irmão do ex-presidente petista.
Integram a nova força-tarefa os procuradores Thiago Lacerda Nobre, José Roberto Pimenta Oliveira, Anamara Osório Silva e Thaméa Danelon Valiengo. “A constituição do grupo possibilitará que os membros atuem de maneira mais integrada e colaborativa, podendo haver mais de um procurador responsável por cada caso, agilizando, assim, o andamento dos trabalhos”, disse a assessoria do MPF em nota.
A criação de uma força-tarefa em São Paulo era pleiteada pelo Ministério Público Federal (MPF) desde o início do ano e aguardava autorização da PGR. Atualmente, além de Curitiba, o Rio de Janeiro tem uma força-tarefa para atuar em investigações que se originaram da operação Lava Jato. Os grupos atuam em feitos penais e cíveis.
A Justiça Federal em SP recebeu 29 das 201 petições relacionadas ao caso Odebrecht, encaminhadas a tribunais estaduais em função de investigar pessoas sem foro privilegiado. De acordo com o MPF-SP, destas 29, uma foi declinada ao Ministério Público Estadual, e as restantes estão sob responsabilidade da Procuradoria da República, sendo que 12 casos foram encaminhados a procuradorias em municípios no interior, dois a procuradores na capital, e os 14 restantes ficaram sob responsabilidade da nova força-tarefa designada pela PGR.
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