Lula.

Sete delatores vão depor a Moro logo após julgamento

Juiz vai ouvir colaboradores sobre reformas no sítio de Atibaia

Dom, 14/01/18 - 02h00

São Paulo. Menos de duas semanas depois de enfrentar julgamento no Tribunal Regional Federal da 4ª Região (TRF-4), o ex-presidente Lula será alvo, novamente, de delatores, desta vez no processo em que é acusado de ser dono do sítio Santa Bárbara, em Atibaia (SP). Na primeira semana de fevereiro, sete testemunhas de acusação – todos colaboradores da Justiça – vão depor ao juiz federal Sergio Moro no caso que envolve supostas propinas da OAS e da Odebrecht.

O imóvel em Atibaia, em nome de Fernando Bittar – filho de Jacó Bittar, ex-prefeito de Campinas pelo PT – é pivô de mais uma ação penal em que Lula é réu por corrupção passiva e lavagem de dinheiro. O Ministério Público Federal (MPF) sustenta que as reformas bancadas pela Odebrecht e pela OAS dissimularam pagamentos de R$ 1 milhão ao ex-presidente.

No dia 5 de fevereiro, os marqueteiros João Santana e Mônica Moura, que confessaram ter recebido pagamentos da Odebrecht no exterior para realizar as campanhas petistas, vão depor. No mesmo dia, está marcada a audiência do ex-gerente da Área Internacional da Petrobras Eduardo Musa, que admitiu direcionar licitação na estatal para o grupo Schahin para sanar dívida de R$ 60 milhões com o partido no caso que envolveu empréstimo fraudulento ao pecuarista José Carlos Bumlai, amigo de Lula.

Dois dias depois, em 7 de fevereiro, Milton e Salim Schahin vão prestar depoimentos. Segundo a Lava Jato, do grupo teria saído parte dos recursos para bancar reformas no sítio. Os procuradores sustentam que, por meio de 23 repasses, R$ 150 mil oriundos de contratos para a operação da sonda Vitória 10.000 entre Schahin e Petrobras foram destinados ao acabamento do Santa Bárbara, “adequando-o às necessidades da família do ex-presidente”. Os valores teriam sido operacionalizados por Bumlai.

Para o mesmo dia, ainda estão marcadas audiências com o engenheiro Marcos de Almeida Horta Barbosa – que aderiu ao acordo de leniência da Odebrecht com o MPF – e com o ex-presidente da Braskem Carlos Alberto Fadigas, um dos 77 delatores da empreiteira.

Jornalistas

Regras. O Tribunal Regional Federal da 4ª Região (TRF-4) divulgou à imprensa as regras para jornalistas cobrirem o julgamento do recurso do ex-presidente Lula na Corte relativo à condenação pelo caso triplex. O acesso à sala da sessão, devido ao pequeno espaço interno, “será restrito às partes envolvidas no processo e seus advogados, não sendo possível a presença de jornalistas, fotógrafos, cinegrafistas e técnicos”. Os profissionais de comunicação poderão acompanhar o julgamento por telão na sala de imprensa da Corte.

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