Mar de Lama

Talude de cava em Barão de Cocais tem movimentação recorde neste domingo

Apesar do deslocamento aumentar para 56 centímetros por dia, Bombeiros e Vale afirmam que a tendência é a terra ceder lentamente sem colapso total

Dom, 16/06/19 - 17h21
Mina Gongo Soco | Foto: Fickr

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A movimentação do talude da cava da mina de Gongo Soco, da Vale, em Barão de Cocais, região Central,  registrou o maior deslocamento desde o início da medição quando começaram os problemas, no mês passado. No último boletim divulgado nesse domingo (16) pelo Corpo de Bombeiros, a parede está se deslocando  56 centímetros por dia. Apesar disso, permanece mais provável a previsão de que a terra irá ceder aos poucos, sem que ocorra um colapso total que poderia abalar a estrutura da Barragem Sul Superior da mina, que fica a 1,5 km de distância do talude. 

“A tendência é  de escorregamento lento e desagregado para o fundo da cava”, informou  a nota divulgada pela corporação. No início dos problemas, o talude se movimentava a 10 centímetros por dia e foi aumentando progressivamente. No início desse mês houve uma desaceleração, mas o deslocamento voltou a ficar mais rápido  e agora atingiu o maior nível. 

Na última sexta-feira, O diretor especial de Reparação e Desenvolvimento da mineradora Vale, Marcelo Klein, participou do evento Conexão Empresarial e destacou que agora são remotas a possibilidade de um colapso total. “Já houve um descolamento pequeno no último dia 31 de maio. O cenário de um colpaso grande que poderia   impactar a barragem está cada vez menos provável.  O talude está perdendo energia. Temos um cenário de acomodação suave na cava, sem comprometimento da barragem”, destacou. 

Os problemas com o talude da Mina de Gongo Soco foram revelados  no último 16 de maio. Na ocasião a mineradora informou que um possível rompimento do talude poderia gerar um tremor com chances de colapsar  a Barragem Superior Sul que está 1,5 km abaixo e em nível  3 de alerta (nvel máximo). A mineradora chegou até estimar que a parede cederia até o dia 25 de maio, o que não ocorreu. 

Desde fevereiro, moradores de Barão de Cocais estão em alerta, após o anúncio de risco de rompimento da barragem. Na ocasião, 443 moradores da chamada zona de autosalvamento, a primeira a ser atingida por uma possível onda de rejeitos, já foram retirados de suas casas. 

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