CASO JBS

Temer solicita íntegra de gravações feitas por delatores

De acordo com assessores do Planalto, o material solicitado servirá de base para o pronunciamento a ser feito pelo presidente da República, provavelmente ainda nesta quinta

Por Agência Brasil
Publicado em 18 de maio de 2017 | 15:33
 
 
AFP PHOTO / EVARISTO SA - 21.11.2016

A Casa Civil confirmou nesta quinta-feira (18) que o Palácio do Planalto solicitou ao Supremo Tribunal Federal (STF) a íntegra das gravações divulgadas ontem pelo jornal O Globo, segundo as quais, em encontro gravado em áudio pelo empresário Joesley Batista, Temer teria sugerido que se mantivesse pagamento de mesada ao ex-presidente da Câmara dos Deputados Eduardo Cunha e ao doleiro Lúcio Funaro para que estes ficassem em silêncio.

Batista, que é dono do grupo JBS, firmou delação premiada com o Ministério Público Federal (MPF) e entregou gravações sobre as denúncias. A delação do empresário foi homologada na manhã desta quinta-feira pelo Supremo Tribunal Federal (STF).

De acordo com assessores do Planalto, o material solicitado servirá de base para o pronunciamento a ser feito pelo presidente da República, provavelmente ainda hoje.

Entenda o caso

Nessa quarta-feira (17), foi revelado pelo jornal "O Globo" que o dono da empresa JBS, Joesley Batista, gravou declarações comprometedoras do presidente Michel Temer (PMDB) e do senador Aécio Neves (PSDB) durante conversas informais. Batista, que já possui um acordo de delação premiada com a Justiça Federal, levou as gravações ao Supremo Tribunal Federal (STF) para que fossem homologadas.

Nestas conversas, o presidente teria sugerido que se mantivesse pagamento de mesada ao ex-presidente da Câmara Eduardo Cunha e ao doleiro Lúcio Funaro para que estes ficassem em silêncio. Já Aécio Neves teria pedido R$ 2 milhões para ajudar a pagar suas despesas com a defesa na Operação Lava Jato.

Devido a isso, foi deflagrada, na manhã de hoje, a operação Patmos, que prendeu a irmã do senador, Andrea Neves e outras duas pessoas após ser expedido mandados de prisão preventiva pelo ministro do Superior Tribunal Federal (STF) Edson Fachin, relator dos processos ligados à Operação Lava Jato.