2018

Tucano quer voar nas eleições

Geraldo Alckmin afirma que vai deixar a Justiça se manifestar sobre julgamento do ex-presidente Lula

Por Da Redação
Publicado em 17 de janeiro de 2018 | 03:00
 
 

São Paulo. Em entrevista de uma hora à rádio “Bandeirantes” na manhã de terça-feira (16), o governador de São Paulo Geraldo Alckmin (PSDB) disse que não é o momento para se eleger uma figura do entretenimento nas eleições de 2018 e voltou a defender a união partidária para evitar “extremismos” que “levam à Venezuela”.

“O Brasil não precisa de ‘showman’. Quem quer assistir show, têm gênios (do entretenimento) no Brasil. O Brasil precisa de quem resolva o problema”, disse Alckmin, pré-candidato do PSDB à Presidência.

Mais adiante, o presidenciável afirmou que estimula novas lideranças na política, “o próprio Huck”. E refletiu sobre “o que é o novo” na vida pública: “O novo é a idade? Você ter 30 ou ter 60 anos? É nunca ter disputado? Nunca ter tido uma administração pública? O novo é defender o coletivo”.

Com 12% da intenções de voto, no melhor cenário do Datafolha, Alckmin voltou a falar que pesquisas, a esta distância do pleito, não “têm significado”. Para ele, “pesquisa que vale” é a feita “15 dias depois da propaganda de rádio e TV” e dos primeiros debates entre os candidatos.

“Aécio tinha, em abril (de 2014), 5%, e nós estamos em janeiro. Doria devia ter 2%. Eu tenho de 9% a 12%, não me preocupa muito,” ponderou.

Concorrente. Também na terça, em escola na zona Norte de São Paulo, durante evento para o anúncio de liberação de verbas para a rede de ensino estadual, o governador de São Paulo disse que “concorrente não se escolhe” e que “cabe ao PT definir seus candidatos” ao ser questionado se o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva deveria concorrer às eleições em outubro. Alckmin disse ainda que está disposto a mostrar para a população que o petista não é a melhor opção, comparando a política de Lula à realidade da Venezuela.

“Vamos deixar que a Justiça se manifeste. Se for candidato, vamos enfrentá-lo e mostrar para a população que o caminho do populismo e da irresponsabilidade leva à Venezuela, perde a liberdade que tinha e não dá o pão que prometeu. O caminho das democracias é de responsabilidade fiscal e de inclusão, crescimento da economia e de valores éticos”, afirmou.

Alckmin lembrou de quando disputou as eleições presidenciais contra Lula, em 2006, “no auge do prestígio”. “A reeleição é um desnível brutal. Ele com a caneta cheia, o PT com a corda toda, e a diferença nossa no segundo turno foi em 6 pontos e meio”, afirmou.

Naquela eleição, Lula foi reeleito com 60,8% dos votos, contra 39,17% de Alckmin. O tucano teve, no segundo turno, cerca de 2,4 milhões de votos a menos que no primeiro – perdeu para o petista, inclusive, na sua cidade natal.

Em março

Prévias do PSDB. O governador de São Paulo e presidente nacional do PSDB, Geraldo Alckmin, marcou para o dia 4 de março as prévias para escolher o candidato do partido à eleição presidencial.