Entre 1998 e 2002

Valério diz ter operado caixa 2 da Usiminas em campanhas políticas

Delação do empresário, que ainda precisa ser homologada pelo STF, cita Fernando Henrique Cardoso, Lula, José Serra e Aécio Neves; informações são do jornal "O Globo"

Sáb, 22/07/17 - 17h06

O empresário Marcos Valério, condenado pelo mensalão, disse à Polícia Federal, em delação premiada, ter intermediado contribuição de caixa 2 da Usiminas para campanhas políticas entre 1998 e 2002, segundo informações do jornal "O Globo", deste sábado (22).

De acordo com a reportagem, foram doados R$ 1 milhão, conforme valores da época, para a campanha pela reeleição de Fernando Henrique Cardoso (PSDB) em 1998 e o mesmo valor para as campanhas de Lula (PT) e José Serra (PSDB) à presidência em 2002 e para a campanha de Aécio Neves (PSDB) ao governo de Minas Gerais também em 2002.

Os valores foram autorizados pelo então presidente da Usiminas, Rinaldo Soares. A delação precisa ser homologada pelo Supremo Tribunal Federal (STF) para ter valor jurídico, acrescenta o jornal.

Envolvidos negam acusações

A defesa do ex-governador de Minas Eduardo Azeredo (PSDB) afirmou que não iria fazer comentários sem ter acesso à delação. A defesa de Delúbio Soares também disse que não teve acesso e que o ex-tesoureiro do PT nunca cometeu ato ilegal.

Alberto Toron, advogado do senador Aécio Neves (PSDB-MG), afirmou que “o próprio Ministério Público, em outras oportunidades, reconheceu e descartou as inverdades dos discursos proferidos pelo senhor Marcos Valério”. Já a assessoria da Andrade Gutierrez afirmou que a empresa não comentaria a delação.

Competência. A lei permite que acordos de colaboração sejam fechados tanto pelo Ministério Público como pela Polícia Federal, mas há uma disputa sobre essa competência. (Da redação)

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