Pronunciamento

Veja as respostas das defesas dos investigados na Operação Ross

A PF realizou mandado de busca e apreensão nas residências do senador Aécio Neves (PSDB). Outros envolvidos prestaram depoimento nesta manhã.

Por Franco Malheiro
Publicado em 11 de dezembro de 2018 | 15:34
 
 

A Polícia Federal (PF) deflagrou, na manhã desta terça-feira (11) a Operação Ross, braço da Operação Lava Jato, que visa o recebimento de vantagens ilícitas de três senadores da república e dois deputados federais do grupo JBS. A PF realizou mandado de busca e apreensão nas residências do senador Aécio Neves (PSDB). Outros envolvidos prestaram depoimento nesta manhã. A reportagem ouviu as defesas dos investigados. 

Além de Aécio, os senadores Antônio Anastasia (PSDB), Agripino Maia (DEM-RN), e os deputados federais, Cristiane Brasil (PTB-RJ), Paulinho da Força (SD-SP) e Benito da Gama (PTB-DF). A PF também intimou a irmã de Aécio Neves, Andrea Neves para prestar depoimentos. Além de Andrea, prestaram depoimento na sede da PF, Paulo Vasconcelos, que trabalhou em campanhas políticas, Flávio Jacques Carneiro, sócio de um grupo de comunicação e antigo dono de um prédio comprado pela JBS, Danilo de Castro, articulador político de Aécio, Frederico Pacheco, primo do senador e Ricardo Guedes, dono do instituto de pesquisa Sensos.

Respostas

Aécio Neves (PSDB)

"O senador Aécio Neves sempre esteve à disposição para prestar esclarecimentos e apresentar todos os documentos que se fizessem necessários às investigações, bastando para isso o contato com seus advogados.
O inquérito policial baseia-se nas delações de executivos da JBS que tentam transformar as doações feitas a campanhas do PSDB, e devidamente registradas na Justiça Eleitoral, em algo ilícito para, convenientemente, tentar manter os generosos benefícios de seus acordos de colaboração. A correta e isenta investigação vai apontar a verdade é a legalidade das doações feitas.", informou a defesa. 

Antonio Anastasia (PSDB)

"O senador Antonio Anastasia desconhece totalmente o motivo pelo qual teve seu nome envolvido nessa história. Em toda sua trajetória, ele nunca tratou de qualquer assunto ilícito com ninguém", diz nota enviada pela assessoria do senador. 

Paulinho da Força (SD)

"A delação da JBS foi desmoralizada publicamente e a fraude realizada pelos delatores foi comprovada com a prisão dos dois empresários pelo Superior Tribunal Federal (STF). A acusação absurda de compra de apoio do partido Solidariedade para a candidatura à Presidência de Aécio Neves, em 2014, beira o ridículo", diz a nota de Paulinho.

Segundo a assessoria do deputado, ele se colocou à disposição da Justiça para prestar quaisquer esclarecimentos, "desde que lhe seja facultado acesso ao processo previamente."

Agripino Maia (DEM)

A nota enviada pela assessoria afirma que Agripino "não foi alvo de busca e apreensão em nenhum dos seus endereços" e que "enquanto presidente nacional do Democratas, buscou, seguindo a legislação eleitoral vigente, doações para o partido".

"Doações que, solicitadas a diversas empresas, foram voluntariamente feitas sem que o ato de doação gerasse qualquer tipo de compromisso entre o doador e o partido ou qualquer dos seus integrantes". O senador permanece à disposição da Justiça para os esclarecimentos que se fizerem necessários", finaliza o texto.

Cristiane Brasil (PTB)

"Cristiane Brasil esclarece que à época dos fatos não era Deputada Federal, não conhecia os empresários do conglomerado J&F e seu papel nas eleições de 2014 foi exclusivamente o de ajudar a retirar o PTB da base de apoio do PT. A mesma somente recebeu doações oficiais e não tinha conhecimento nem acesso aos fatos a ela imputados. As denúncias recebidas hoje pela deputada, com perplexidade, e a virulência das medidas propostas pelos investigadores só não foram adiante graças a serenidade da PGR e do STF, que negaram de pronto os pedidos de prisão e suspensão de mandato, dentre outros. Cristiane Brasil está à disposição das autoridades e acredita na força da verdade e da justiça para provar a sua inocência.", informou a nota enviada pela defesa da deputada. 

Benito da Gama (PTB)

"Há um fato sendo investigado sobre a eleição presidencial de Aécio Neves em 2014. Na condição de presidente nacional do Partido Trabalhista Brasileiro (PTB), em exercício à época, fui convidado hoje (11), para prestar testemunho sobre este fato que tem relação com a empresa JBS e a candidatura do Aécio Neves. Não houve contra a mim nenhuma medida de busca e apreensão ou qualquer outra medida, como divulgado pela imprensa. Assim como em toda a minha trajetória, continuo sempre à disposição da justiça em qualquer investigação. O mesmo faz parte do estado democrático. Repudio em absoluto qualquer ato de corrupção e tentativa de ser relacionado ao objeto das investigações da Lava Jato. Reitero a minha lisura e conduta pautada na honestidade, seriedade e responsabilidade ao longo destes mais de trinta anos dedicados à de vida pública em prol da Bahia e do Brasil", explicou o deputado em nota enviada à imprensa. 

Danilo de Castro

"Todos os atos de governo praticados por Danilo de Castro foram pautados no mais absoluto respeito à moralidade, impessoalidade, à coisa pública e às leis. São mais de 40 anos de vida pública sem nenhuma mácula que possa desabonar sua conduta. Estamos inteiramente à disposição das autoridades para prestar todos os esclarecimentos necessários com o fim de demonstrar a lisura de todos os seus atos.", informou a defesa do articulista. 

Flávio Jacques

"Flavio Jacques está à disposição da Justiça na solução e esclarecimento de todas as dúvidas", ressaltou assessoria do empresário. 

Paulo Vasconcelos

O advogado do publicitário, João Batista de Oliveira Filho informou à imprensa, que os documentos solicitados pelos investigadores já haviam sido entregues à PF há muito tempo, e que não há nenhum "indício de ilícito". 

"Algo muito simples, solicitaram dos nossos clientes apresentações de documentos que já foram apresentados ha muito tempo, são os contratos que ele realizou com empresas com a devida prestação de serviço, tanto que foi liberado rapidamente sem problema algum", informou  o advogado. 

“A nota não é fria, o serviço foi prestado. Mas esse contrato de R$120 milhões não teve com meu cliente. Com relação ao meu cliente Paulo Vasconcelos, são simples contratos de prestação de serviço”, reiterou.   

 Frederico Pacheco, e o empresário Ricardo Guedes ainda não foram encontradoS para comentar a operação.  (Com agências)