ELEIÇÕES 2022

Vera Lúcia, do PSTU, quer 'discutir opressões' em eventual governo

Vera já concorreu ao Planalto pelo partido em 2018; em entrevista ao portal O Tempo, defendeu o "debate das opressões" e fez críticas ao ex-presidente Lula

Seg, 01/08/22 - 09h00
Na imagem, a pré-candidata à Presidência da República pelo PSTU, Vera Lúcia | Foto: Reprodução/PSTU

Um dos nomes da única chapa totalmente feminina ao Planalto em 2022, a candidata à presidência da República pelo Partido Socialista dos Trabalhadores Unificado (PSTU), a sapateira e uma das fundadoras da sigla, Vera Lúcia Pereira Da Silva Salgado, disse ao portal O Tempo que quer 'discutir opressões à classe trabalhadora' em eventual governo.

Na chapa do PSTU, Vera e a sua vice, a indígena Kunã Yporã, conhecida como Raquel Tremembé, defendem uma agenda que atenda as necessidades dos trabalhadores brasileiros. 

“[A candidatura] expressa o contingente da população brasileira, principalmente da classe trabalhadora, que é composta por mulheres negros e indígenas. E também é a expressão de uma de chapa de oprimidas e exploradas, e nós apresentamos um programa [de governo] que atende a esse grupo”, declarou.

Apesar de pontuar timidamente nas pesquisas eleitorais, mantendo-se na margem de 1% das intenções de voto, Vera faz história e quebra paradigmas. A cientista social e sapateira compõe a segunda chapa feminina nas eleições presidenciais da história do Brasil.

A primeira ocorreu em 2006, com os nomes de Ana Maria Rangel à Presidência e de Delma Gama e Narici, integrantes do extinto Partido Republicano Paulista (PRP). Além disso, a candidata do PSTU estreia na primeira composta por uma mulher negra e uma mulher indígena.

“É uma chapa 100% feminina, negra, operária e índigena, mas ela é antes de tudo e acima de tudo é uma chapa revolucionária e socialista”, disse.

Paridade de gênero

Com discurso político voltado para as pessoas de baixa renda, mulheres e negros, Vera promete que, se eleita, trabalhará para garantir a paridade de gênero e inclusão.

"A paridade de gênero é importante, ter cotas de todos os sentidos, porque nós somos uma sociedade desigual, mas o que nós queremos mesmo é a participação ativa e permanente das mulheres em todos os segmentos”. 

Oposição a Bolsonaro e ressentimento com Lula

Crítica ao presidente da República, Jair Bolsonaro (PL), Vera analisa que o chefe do Executivo federal quer acabar com as garantias democráticas dos trabalhadores, ativistas e meios de comunicação.

“O mais importante não é só ganhar a eleição de Bolsonaro, que ele já está questionando desde então para justificar o autogolpe que pretende dar [...] somente votar não é o bastante. Temos que vencer politicamente”.

Vera, apesar de integrar um partido de esquerda, considera inviável o diálogo com o ex-presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva (PT). Segundo ela, o petista pode ser classificado como um “entreguista, que fala muito bem, mas que continua abraçado com a grande burguesia”

“Não somos daqueles que têm a ilusão de achar que Lula defende um governo da classe trabalhadora. Ele está na polarização política com Bolsonaro, mas aquilo que ele pretende assegurar são os interesses dos grandes capitalistas nacionais e internacionais”.

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