Câmara

Vereadores justificam isenção que salvou Flávio dos Santos

Parlamentares que não deram seu voto pela abertura de processo de cassação rejeitam críticas

Ter, 17/09/19 - 03h00
RADIO SUPER NOTICIA FM : ENTREVISTA COM FLAVIO DOS SANTOS A Radio Super Noticia FM em seu programa Super N , Cafe com Politica , entrevista o vereador de Belo Horizonte , Flavio dos Santos ( Podemos) Foto : Lincon Zarbietti / O Tempo / 03.11.2017 | Foto: Lincon Zarbietti / O Tempo

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Apesar de ter tido apenas quatro votos contra a abertura de um processo de cassação na Câmara Municipal de Belo Horizonte (CMBH), o vereador Flávio dos Santos (Podemos) conseguiu se salvar. Foram 20 votos favoráveis ao processo, mas eram necessários 21 para que se prosseguisse com as denúncias. Enquanto quatro votaram contra, 15 vereadores  não marcaram posição, dentre os que se abstiveram, não votaram ou faltaram à sessão da última sexta-feira. 

Alguns parlamentares favoráveis à investigação criticaram a falta de posicionamento no caso, afirmando que isso teria salvado Flávio dos Santos. Nas redes sociais, uma imagem com o rosto de cada vereador que votou contra ou não votou foi divulgada. Diante disso, a reportagem de O TEMPO procurou pelos parlamentares citados, para entender o posicionamento de cada um.

O vereador Pedro Bueno (Podemos), que chegou a falar que votaria pela abertura, acabou não registrando seu voto. Ele justificou à reportagem que precisou prestar socorro a Flávio dos Santos, que estava passando mal. “Votaria pela abertura da investigação, porém encontrei o senhor Flávio passando muito mal e prestei socorro, fiquei o segurando, e a votação foi muito rápida”, explicou Bueno. 

Outro vereador que marcou presença, mas não votou foi Bim da Ambulância (PSDB). “Precisei me ausentar para atender eleitores em meu gabinete e, como a votação foi muito rápida, não consegui retornar a tempo”, afirmou o tucano, que não quis revelar como votaria. 

Já o vereador Jorge Santos (Republicanos) se absteve. Ele afirmou que, ao ler a denúncia, julgou melhor deixar o caso a cargo da Justiça. No primeiro pedido contra Flávio dos Santos, arquivado em julho, o parlamentar havia sido favorável à abertura do processo. “Não dá para ficar abrindo processo de cassação toda hora. Agora, claro que, se aparecer uma terceira denúncia, terá que ser aberto o processo”, explicou. 

Álvaro Damião (DEM) também se absteve e afirmou que teve pouco tempo para analisar as denúncias. “O pedido chegou para gente com menos de 24 horas de antecedência, e eu fui para a votação sem convicção a respeito do meu voto. Um processo de cassação é muito sério para se votar sem convicção”, explicou. Ele ainda rechaçou ter sua imagem associada a um suposto conchavo. “Eu não faço esse tipo de política. Não tenho bloco com ninguém”, disse.

Em comunicado nas redes sociais, o vereador Reinaldo Gomes (MDB), que faltou à sessão, justificou a ausência dizendo que tinha uma consulta médica, que fora marcada antes mesmo de o pedido de abertura entrar na pauta.

A assessoria do vereador Léo Burguês (PSL) afirmou que o parlamentar estaria em viagem, marcada com bastante antecedência e, por isso, não esteve presente à sessão.

Silêncio

O vereador Henrique Braga (PSDB) afirmou que não iria se posicionar. Os outros oito parlamentares foram procurados, mas não haviam atendido às ligações até o fechamento desta edição.

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