Eleições 2022

Viana destaca a necessidade de novo plano de desenvolvimento para Minas

Em agenda com lideranças da Segurança nesta segunda (16), pré-candidato ao governo afirma que governo Romeu Zema (Novo) passou três anos amassando barro sem apresentar qualquer projeto à União

Por Gabriel Ferreira Borges
Publicado em 16 de maio de 2022 | 13:14
 
 
O senador Carlos Viana (PL) ao lado do presidente da AOPMBM, coronel Ailton Cirilo, e do deputado federal Subtenente Gonzaga (PSD) Foto: Videopress Produtora

O pré-candidato ao governo de Minas Gerais Carlos Viana (PL) quer um plano de desenvolvimento econômico para o Estado alternativo à mineração. Em agenda de pré-campanha, o senador se reuniu, nesta segunda-feira (16), na Associação dos Oficiais da Polícia Militar e do Corpo de Bombeiros Militar do Estado de Minas (AOPMBM), com cerca de 20 lideranças das forças de Segurança Pública. Para Viana, Minas está ao menos "30 anos longe do protagonismo político e econômico nacional por falta de representação". 

De acordo com o pré-candidato, além da resistência da sociedade civil organizada à implementação do complexo da Taquaril Mineração S.A. na Serra do Curral, a queda da arrecadação impõe a necessidade de se pensar um plano de desenvolvimento alternativo à mineração. "A mineração responde por até 70% da arrecadação de Minas. Depois de Brumadinho, nós, mineiros, entendemos que dinheiro. não pode ser a qualquer custo. Mas, em 15 anos, a arrecadação vai cair pela metade. Já não somos mais o primeiro Estado na produção, que é o Pará. (...) Não há nenhum projeto em Minas que repense o Estado", questionou Viana. 

O senador propôs, por exemplo, o incentivo ao setor de cultura e serviços, o que, segundo Viana, é "uma questão imediata". "O Estado de Minas tem 390 mil empregos ligados ao turismo, que tem uma arrecadação de apenas R$ 36 milhões. A mineração tem só 62 mil postos de trabalho", ponderou o pré-candidato, lembrando que Minas tem mais de 60% do patrimônio histórico do Brasil.  

Viana argumentou que, mesmo diante do crescimento da arrecadação tributária associado ao aumento do preço dos combustíveis, o Estado deve fechar o exercício financeiro de 2022 com um déficit de R$ 12,5 bilhões. Conforme o senador, Minas atravessa "um limbo administrativo". "O que vamos ter nos próximos anos? Nada. O desafio é incrementar a arrecadação sem aumentar os impostos, mantendo a atual estrutura, que funciona bem, e garantindo que o serviço público funcione para a população", reforçou o pré-candidato. 

Em crítica ao governador Romeu Zema (Novo), Viana apontou que, nos últimos três anos, o governo de Minas não apresentou ao governo federal nenhum projeto de desenvolvimento. “Minas Gerais não falou o que queria. O governador precisa dizer ao governo federal o que quer. A União está lá para isso. Foram três anos amassando barro, como dizemos no interior”, questionou o pré-candidato. De acordo com o senador, os investimentos atraídos não são novos. “Somos um Estado maior do que a França. É muita mediocridade agradecer de joelhos a instalação de apenas uma fábrica de cerveja. Apenas uma”, disse, se referindo à instalação da Heineken em Passos, no Sul de Minas.

Além da arrecadação tributária, Viana apontou a dívida do Estado com a União como outro desafio. Segundo o pré-candidato, caso a liminar concedida pelo Supremo Tribunal Federal (STF) para garantir o não pagamento caia, seria “como se uma nova Brumadinho se rompesse e viesse para cima de nós”. “É a mesma força”, pontuou o senador, que acrescentou que não conseguiria trabalhar com uma “espada na própria cabeça”.

Entretanto, procurando se afastar de Zema, Viana destacou que, antes de o Estado aderir ao Regime de Recuperação Fiscal (RRF) da União, discutiria, “dentro da Lei”, quais foram os pontos onde o Estado do Rio de Janeiro enfrentou dificuldades. “Precisamos de um acordo político, mas essa questão já está bem equacionada, bem apalavrada com o presidente. Minas já tem o apoio da União para que a gente possa trabalhar com facilidade a questão dos recursos”, prometeu o pré-candidato.  

O encontro reuniu representantes de entidades de classe, como, por exemplo, a Associação dos Delegados da Polícia Civil de Minas (Adepol), a Associação dos Praças Policiais e Bombeiros Militares de Minas (AspraPMBM), o Sindicato dos Agentes de Segurança Penitenciária do Estado de Minas (Sindasp), o Sindicato dos Delegados de Polícia do Estado de Minas (Sindepominas), do Sindicato dos Peritos Criminais de Minas (Sindpecri) e do Sindicato dos Policiais Penais de Minas (Sindppen).