Governo de Minas

Zema diz que dará autonomia para as estatais e autarquias

Eleito afirmou que pretende indicar apenas o presidente das empresas do Estado

Por Bernardo Miranda
Publicado em 02 de novembro de 2018 | 03:00
 
 

O governador eleito de Minas Romeu Zema (Novo), quer dar total autonomia para as autarquias e estatais mineiras. Em entrevista a O TEMPO, ele afirmou que a única medida que será tomada pelo Executivo será selecionar pessoas qualificadas para direção dessas empresas. O objetivo é minimizar, segundo ele, a interferência política.

Para Zema, isso vale para todas as estatais mineiras, como a Companhia Energética de Minas Gerais (Cemig), a Companhia de Saneamento de Minas Gerais (Copasa) e a Companhia de Desenvolvimento Econômico de Minas Gerais (Codemig). “Eu quero, por exemplo, que a Cemig tenha autonomia. Eu não quero ficar interferindo em nada. Eu só quero escolher um ótimo presidente, com critério técnico, e que ele faça o que ela achar que é melhor para a Cemig”, disse. Ele detalhou que os interesses políticos não serão levados em consideração para as escolhas de gestão das estatais e das autarquias.

O governador eleito também explicou que as estatais públicas serviram, muitas vezes, para abrigar indicados políticos e montar esquemas de desvios de dinheiro público. Ele acredita que, dando autonomia para os gestores técnicos dessas entidades, será mais fácil alcançar uma maior eficiência. “Quanto maior a interferência política, mais problemas essas empresas terão. Nós tivemos o caso do Petrolão, que foi causado justamente pela politicagem atuando na Petrobras”, disse.

Zema também destaca que, com autonomia, será mais fácil para as estatais atingirem no futuro um valor de mercado que viabilizaria uma privatização. “Temos que deixar essas empresas blindadas da politicagem até o momento em que elas possam ser privatizadas”, afirmou.

Investimentos

Zema fez novamente acenos ao presidente eleito, Jair Bolsonaro (PSL). Ele disse que espera que Minas Gerais receba um tratamento melhor do governo federal do que recebeu nos anos anteriores. “Eu estou otimista com a relação que teremos em Brasília com o presidente Jair Bolsonaro. Nós temos afinidades ideológicas. Assim como quero dar autonomias às estatais mineiras, ele pretende dar independência ao Banco Central. Queremos um Estado mais enxuto, e esse é o pensamento do Bolsonaro também. Então poderemos ter finalmente um governo de Minas muito bem alinhado com o governo federal, e isso vai facilitar o diálogo”, analisou.

Zema também detalhou um pouco melhor sua proposta para tirar do papel a expansão do metrô de Belo Horizonte. “A ideia é conseguir que a União faça a cessão do metrô da capital para o Estado, para que possa ser feito um modelo de Parceria Público-Privada (PPP) para o funcionamento do transporte. Essa PPP poderia ser nos moldes como funciona em São Paulo e Rio de Janeiro”, diz.

 

Governador escolhe os nomes da transição

O governador eleito, Romeu Zema (Novo), definiu nesta quinta-feira (1) os nomes dos membros que vão fazer parte de sua equipe de transição. Os integrantes serão indicados ao atual governo de Minas e trabalharão na Cidade Administrativa para fazer a troca de gestão.

O coordenador, como já havia sido adiantado, será o vereador de Belo Horizonte Mateus Simões (Novo). Os demais membros são Victor Magalhães Cezarino e Luciana Lopes Nominato Braga, que disputaram o cargo de deputado federal pelo Novo, mas não foram eleitos. Fecham a equipe o empresário Rodrigo de Paiva, que foi candidato do partido ao Senado, e Victor Becho, diretor de uma empresa de consultoria de gestão empresarial.

O governador eleito explicou a seleção da equipe. “A escolha se baseou em pessoas que têm capacidade, que estão conosco e que tem condições de avaliar muito bem os dados do Estado”, disse.

Zema informou que os membros da equipe de transição não ocuparão futuramente uma secretaria em seu governo. “Quem é da transição não será secretário, por uma questão de isenção”, ressaltou. Se ao longo do processo for necessário a indicação de outras pessoas, isso será feito.

À espera

Bolsonaro. Romeu Zema afirmou que ainda não teve contato com o presidente eleito, Jair Bolsonaro (PSL), após a eleição. Ele busca compatibilizar as agendas para ter essa conversa.