Tendência

Restaurantes abrem espaço para pets de olho nos donos

Estratégia atrai clientes que não se separam dos ‘amigos’

Sáb, 30/11/13 - 03h00
Inseparável, Ana Slika disse que deixou de frequentar lugares que não aceitam seu cachorro | Foto: MARIELA GUIMARAES / O TEMPO

O treinamento dos funcionários do restaurante Belo Comidaria, no São Pedro, inclui um procedimento incomum, mas que ajuda muito a entender a filosofia do lugar: “eles já sabem: antes de levar o cardápio para o cliente, tem que levar uma vasilha com água e um biscoito para o cachorro. Aqui, os cachorros são muito bem vindos”, diz um dos sócios do local, Rafael Mantesso, que é apaixonado pelos bichos a ponto de dizer que gosta mais deles do que das pessoas.

O estabelecimento é um dos poucos de Belo Horizonte que aceitam cachorro e, por isso mesmo, atrai uma clientela muito fiel, como a fotógrafa Ana Slika, que costuma levar seu cachorro, Yamandu, ao local. “Tudo que eu posso fazer com ele, eu faço. Levo até para o trabalho”, conta. Ana diz que ate deixa de frequentar lugares onde não pode levar o animal. “Até em casa de amigos, se eu não puder levá-lo, eu não vou”, diz.

Por força de lei municipal, os animais não podem frequentar a parte fechada dos bares e restaurantes da capital. Eles são admitidos apenas em locais onde há área externa. “Por mim, eles poderiam ir até na cozinha, mas a lei não deixa”, diz Mantesso.

O diretor executivo da Associação Brasileira de Bares e Restaurantes em Minas Gerais (Abrasel-MG), Lucas Pêgo, lembra que a população de pets está aumentando no país e, como a maior parte das pessoas mora em apartamentos, é preciso criar lugares onde os donos possam passear com eles. Mesmo assim, ele acredita que o número de bares e restaurantes que aceitam os bichos não deve crescer muito, justamente por causa da restrição legal.

“O lugar onde os cachorros ficam tem que coincidir com o espaço público, onde é permitido andar com os bichos”, explica. Ele lembra que para cães-guia a legislação é diferente e eles podem “frequentar” ambientes restritos a outros cachorros.

No Belo Comidaria, há oito mesas na parte de fora e, em alguns dias, todas elas têm cachorros. “Quem se identifica conosco gosta muito”, diz. Aos sábados e domingos de manhã e nos finais de tarde dos outros dias são os horários que há mais cachorros no local. “Mas o horário dos cachorros é o mesmo do restaurante. Eles podem vir a qualquer hora”, frisa Mantesso.

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