Inovação

Arena MRV: entenda o reconhecimento facial e outras tecnologias do estádio

O estádio do Galo promete ser o mais tecnológico da América Latina e busca referências no mundo todo

A Arena MRV, estádio do Galo, será inaugurada em 2023 | Foto: Reprodução/Arena MRV
Giovanna Pires
19/08/22 - 18h58

Projetado para ser o estádio mais tecnológico da América Latina, a Arena MRV, do Atlético, será inaugurada em 2023. O palco das partidas alvinegras e de outros eventos como shows musicais será pioneiro no Brasil em reconhecimento facial, que visa trazer maior conforto ao usuário. Além disso, outros processos inovadores também serão adotados na arena. 

A ideia dos profissionais envolvidos na parte tecnológica do estádio é que o torcedor tenha cada vez mais facilidade para ir à arena e também passe mais tempo por lá, não ficando apenas limitado a assistir a uma partida de futebol. O objetivo é de que a torcida tenha uma experiência cada vez mais completa. 

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Reconhecimento facial 

Uma das medidas é o sistema de reconhecimento facial, que funcionará como o ingresso para o torcedor acessar o estádio. O procedimento é rápido e pode até ajudar a resolver um problema: as filas. Além disso, pode também impedir o acesso de torcedores que, por algum motivo, estão proibidos de entrarem no estádio. 

“Isso vai ajudar na entrada do torcedor ao estádio. Vai ser um tablet e a leitura é de menos de um segundo. Então a questão de fila, que tem uma série de problemas, pode ser resolvida com isso. Com certeza o acesso vai ser facilitado. A câmera olha a sua face, reconhece e te dá o acesso em menos de um segundo”, explicou Leandro Evangelista, executivo de tecnologia da Arena MRV à reportagem de O Tempo Sports

Só que todo método inovador precisa, primeiro, passar por muitos testes, não só pela parte tecnológica dos sistemas, mas também para a adesão do usuário, que precisa confiar no produto e entender como funciona. Por isso, o reconhecimento facial não será adotado ainda em 2023. Testes serão feitos com alguns torcedores convidados para depois implementar a solução, que não será obrigatória. 

O cadastro facial não terá mistério. O torcedor que aderir, poderá, no ato da compra virtual, escolher o procedimento para acesso ao estádio. Com isso, o aplicativo dará as instruções e, pela câmera do celular, a pessoa vai conseguir fazer o cadastro, da mesma forma que acontece em aplicativos de bancos.

 

Super aplicativo

Além do reconhecimento facial, outras tecnologias serão adotadas como um “super aplicativo”. Pelo programa no celular, o torcedor terá acesso à compra de ingressos, comidas, bebidas, vaga de estacionamento, entre outras possibilidades. Até aluguel de carregador portátil para celular será possível na Arena MRV. Tudo para melhorar a experiência de quem vai ao estádio, que também terá uma rede Wi-Fi de boa qualidade livre para os torcedores.  

“Entrevistamos muitas pessoas no Brasil, Europa, de parques da Disney e Dubai e descobrimos que segurança é fundamental. Não só no controle de acessos, câmeras filmando as catracas. A conectividade também é uma questão. Todo mundo quer internet. Entrar em uma fila para comprar a ficha e depois pegar não faz sentido. A gente investiu nisso. A experiência é outra. Você consome mais e é mais feliz. Trazer o torcedor o quanto antes pro estádio, fazer um evento de verdade, de entretenimento”, contou.  

 

Proteção de dados

Uma preocupação quando se tem tecnologia envolvida é em relação à proteção de dados pessoais, que acabam sendo fornecidos pelo usuário sempre que se cadastra no site de uma loja, por exemplo. Em vigor no Brasil desde 2020, a Lei Geral de Proteção de Dados Pessoais (LGPD) determina regras para uma empresa ou governo no tratamento dessas informações. 

A Arena MRV garante que seguirá todas as normas previstas por lei, como informar ao torcedor com qual finalidade os dados pessoais serão usados. Se as câmeras de segurança do estádio ou até de reconhecimento facial flagrarem alguma ação indevida as imagens poderão ser repassadas aos órgãos públicos de segurança, mas a arena não tem “responsabilidade” quanto a isso. 

“Não existe a possibilidade de entregar uma tecnologia hoje em dia sem segurança. A gente tem uma consultoria hoje que ajuda principalmente na segurança da informação. Por exemplo, eu te filmei entrando e você é procurada. Para a gente, você é apenas um cliente. Eu não posso fazer nada, mas se a polícia, por exemplo, quiser a imagem e pedir isso judicialmente, a gente tem que passar. É lei e eu não consigo deixar de entregar, mas a gente não tem essa autoridade”, explicou o executivo. 

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