Tropeço

Galo perde pênalti duas vezes e cede empate para o Fortaleza no Horto

O primeiro tempo terminou com o time alvinegro vencendo por 2 a 0, mas no segundo tempo a equipe visitante igualou o marcador

Gabriel Pazini| @SuperFCOficial
21/07/19 - 18h01

A tarde no Horto teve de tudo e uma dose considerável de emoção. E isso desde antes de a bola rolar. Todos os presentes no Independência ficaram emocionados com as homenagens para Luciano Palhares, torcedor alvinegro que faleceu durante o clássico com o Cruzeiro, na última quarta-feira, e o ex-volante Adilson, que se aposentou de forma precoce recentemente. Familiares e amigos de Palhares foram convidados pelo Galo para assistir ao jogo e estiveram no estádio com camisas do torcedor. Além disso, um minuto de silêncio foi respeitado e completado com aplausos em sua homenagem antes do apito inicial. Já o ex-jogador recebeu uma placa e uma camisa comemorativas simbolizando suas 100 partidas com a camisa alvinegra. Ele, na verdade, atuou em 99 confrontos, mas deu o pontapé inicial neste domingo (21), sendo ovacionado pela torcida, se emocionando e, de forma simbólica, completando sua 100ª atuação pelo clube atleticano. Além disso, a comissão técnica usou a camisa de Adilson e os uniformes dos jogadores em campo tinham o seu nome.

Com tanta emoção antes de a bola rolar, não poderia ser diferente após o apito inicial, e o empate entre Atlético e Fortaleza, por 2 a 2, pela 11ª rodada do Campeonato Brasileiro, teve de tudo. Gol contra do meio-campo, três pênaltis sendo um assinalado com interferência direta do VAR e outro sendo cobrado duas vezes, o Galo abrindo o placar sem dificuldades e fazendo um bom primeiro tempo, mas complicando o jogo no segundo, sofrendo um empate inesperado e ainda desperdiçando repetidas oportunidades de sair com a vitória do Horto. Não à toa, o time de Rodrigo Santana saiu de campo muito vaiado, com Luan e Alerrandro, que desperdiçaram pênaltis que poderiam ter dado a vitória ao clube alvinegro, sendo os principais alvos da revolta da torcida.

O resultado é péssimo para o Galo, que segue no 4º lugar, na zona de classificação para a Copa Libertadores, com agora 20 pontos, mas perde a chance de se aproximar dos líderes Palmeiras e Santos, que possuem 26 cada. Já o Fortaleza soma um ponto importante e fica no 14º posto, com 14 unidades. O próximo desafio atleticano é nesta quarta-feira (24) fora de casa, contra o Botafogo, às 21h30 (de Brasília), pela partida de ida das oitavas de final da Copa Sul-americana. Pelo Brasileirão, o próximo compromisso é também fora de casa, contra o Goiás, no próximo domingo (28).

O jogo

Com cinco mudanças em relação ao time que venceu o Cruzeiro, na última quarta-feira, o Atlético entrou em campo com uma equipe mista para enfrentar o Fortaleza, tendo laterais e meio-campistas considerados reservas no onze inicial, com Rodrigo Santana poupando algumas peças. Cleiton entrou no lugar de Victor, que sentiu dores no joelho esquerdo e passou por exames cujos resultados serão conhecidos nesta segunda-feira (22). Ainda não se sabe se e por quanto tempo o titular será desfalque. Além disso, Guga entrou na vaga de Patric e Hernández substituiu Fábio Santos, e Vinicius e Geuvânio jogaram nos postos de Chará e Otero.

Dentro de campo, a partida foi completamente maluca e teve de tudo. O nível técnico não foi melhores, mas sobrou emoção e lances polêmicos. A árbitra Edina Alves Batista foi bem, mas teve muito trabalho em um jogo com três pênaltis, muitas reclamações dos jogadores e clima tenso.

Um lance que simboliza o nível técnico ruim da partida foi o gol de abertura do placar, logo aos seis minutos de jogo. Juninho foi tentar recuar uma bola do meio-campo para Felipe Alves, mas encobriu seu próprio goleiro e acabou marcando um golaço contra.

O clima, que já era favorável ao Galo, ficou ainda melhor após o gol, e o time acabou ampliando aos 14' em um lance polêmico. Roger Carvalho cometeu falta em Elias dentro da área. A árbitra não viu irregularidade na jogada, mas foi alertada para revisar o lance. Com o VAR, ela acabou assinalando a penalidade, posteriormente convertida por Cazares. Foi o terceiro gol em seis jogos do equatoriano no Brasileirão, o que faz dele o artilheiro do Atlético na competição, ao lado de Chará.

Com a vantagem, o Atlético se soltou ainda mais e foi melhor ao longo de todo o primeiro tempo. Os destaques foram as boas atuações de Jair, Elias e Cazares no meio-campo. Além disso, Cleiton era pouco exigido no gol. O Fortaleza só teve uma grande chance, quando Carlinhos pegou rebote dentro da área, de frente para o gol, sozinho e sem goleiro, mas conseguiu a proeza de isolar. Na sequência desse lance, outra jogada perigosa, mas para o Galo, com Vinicius quase ampliando o placar após cruzamento de Cazares. A finalização do meia, porém, explodiu no travessão.

Segundo tempo

No entanto, o jogo que já era maluco e tinha muitos pontos interessantes, ficaria ainda mais louco na etapa final. Logo no início, Felipe Alves salvou o Fortaleza fazendo defesas consecutivas em finalizações de Lucas Hernández, Alerrandro e Cazares. Depois, Geuvânio recebeu lindo passe de Elias, ficou de frente com o goleiro rival, mas demorou para se definir e tomou a decisão errada ao driblar o arqueiro e depois finalizar para fora, perdendo chance claríssima.

E as chances claras para matar o duelo desperdiçadas custariam caro ao Galo. O jogo que parecia tranquilo e se encaminhava para uma tranquila vitória alvinegra acabou se complicando aos 19 minutos, quando Tinga cruzou na medida para Carlinhos, de cabeça, diminuir para o Fortaleza. E como se isso não fosse o suficiente, apenas dois minutos depois, aos 21', o time nordestino teve um pênalti a seu favor. Ramón Martínez errou na saída de bola e Igor Rabello cometeu falta em André Luis. Após longa demora para a batida, Juninho, que tinha feito o gol contra bizarro do meio-campo, empatou a partida convertendo a penalidade.

Depois da igualdade, o clima no Horto modificou completamente. A torcida atleticana, que antes cantava "Vamos Galo ganhar o Brasileiro", passou a cobrar raça e vaiar o time. Ainda assim, o Galo teve novas chances de vencer a partida, mas voltou a desperdiçar as oportunidades. A primeira delas foi com o segundo pênalti a favor do Atlético. Alerrandro, artilheiro alvinegro na temporada, com 13 gols, ao lado de Ricardo Oliveira, porém, foi para a cobrança e bateu muito mal, parando em Felipe Alves.

No entanto, novamente com interferência do VAR, a cobrança foi anulada, com a arbitragem alegando que o goleiro do Fortaleza tinha se adiantado no lance. Na nova cobrança, Luan, que tinha entrado em campo há poucos minutos e pediu para cobrar, bateu ainda pior que o centroavante, também parou no arqueiro rival e perdeu a oportunidade. Depois, nos acréscimos, o meia perdeu nova chance, claríssima, sozinho dentro da área. Foi a última oportunidade desperdiçada do Galo para vencer um jogo que parecia tranquilo, mas acabou sendo maluco e terminou com vaias e revolta da Massa.

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