Opinião

Guilherme Arana, do Galo, discorda de redução salarial a jogadores durante crise

De acordo com o atleta, reuniões estão acontecendo entre os capitães dos times para buscar um bom senso, mas reajuste não seria o caminho

Guilherme Arana é um dos reforços do Galo para a temporada 2020 | Foto: Bruno Cantini/Atlético
Josias Pereira e Rodrigo Rodrigues| @supernoticiafm
26/03/20 - 14h45

A paralisação dos Campeonatos de futebol por todo o país devido à pandemia do coronavírus coloca clubes e jogadores em uma queda de braço sobre a possibilidade de uma redução salarial. Guilherme Arana, jogador contratado pelo Atlético nesta temporada, emitiu sua opinião sobre a polêmica e mostrou-se contrário a uma readequação. 

Na visão do atleta, o que está acontecendo afeta todo o planeta, o que não viabilizaria uma redução.

"O pessoal do Atlético passa para nós e estamos discutindo. Porém ainda não tomamos nenhum posicionamento porque ali são os capitães que estão conversando entre eles, capitães de todos os clubes. Acho que não justifica (redução). Está paralisado porque deve paralisar, você vê na televisão pessoal comentando para evitar ficar na rua porque a coisa é muita séria, e eu acho que a gente, jogador, não tem nada a ver com isso. Temos que seguir as coisas que o pessoal vem passando na TV, o que os doutores falam. Essa redução de salário, na minha opinião, não convém porque é o mundo que está paralisando. Nós, jogadores, vamos ter nossas reuniões, e vamos entrar em um bom senso. A melhor coisa sairá, tanto para o Atlético quanto para nós, jogadores" , disse o lateral Arana, em entrevista ao programa de TV "Fox Sports Rádio", veiculada nessa quarta-feira. 

Os jogadores dos principais clubes do futebol brasileiro não aceitaram a proposta feita pela Comissão Nacional de Clubes (CNC), que pretendia reduzir em 25% os salários dos atletas, enquanto as competições estiverem suspensas devido à pandemia do novo coronavírus. A negativa havia sido publicada pelo Super.FC, na manhã dessa quarta-feira (25).

Em comunicado enviado  ao presidente do Fluminense, Mario Bittencourt, líder do movimento das equipes, a Federação Nacional de Atletas Profissionais de Futebol (Fenapaf) formalizou a discordância dos jogadores em relação ao desconto momentâneo nos vencimentos. 

Na contraprosta, a entidade também estabeleceu que os atletas desejam a concessão de férias coletivas de 1º de abril a 30 de abril, pagamento do salário integral e direito de imagem até o dia 7 do próximo mês, dez dias de licença no fim do ano e o aval da CBF para que todos os pontos sejam cumpridos, sobretudo, a garantia do pagamento dos vencimentos.

Em relação à principal discordância, a Fenapaf argumentou que o artigo 503 da CLT, citado pela Comissão seria inconstitucional, porque "a redução salarial só será possível mediante acordo ou convenção coletiva". Além disso, o documento assinado por Felipe Augusto Leite, presidente da Fenapaf, argumenta que a recusa em se reduzir os salários "se embasa nas declarações de uma grande maioria de atletas que temia o já elevado grau de inadimplência de alguns clubes".

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