Harmonia em campo: Dudamel ainda busca melhor enredo com o Atlético

O samba composto por Rafael Dudamel ainda não foi bem interpretado pelos jogadores do Atlético, que seguem em busca de uma boa sintonia em campo. A letra do técnico venezuelano busca criar um enredo capaz de conduzir o Atlético a conquistas no último ano de gestão do presidente Sérgio Sette Câmara, mas a harmonia entre as ideias do treinador e o que de fato tem sido feito em campo segue com ruídos.

Boa parte da torcida do Atlético cobra de Dudamel um padrão de jogo, um estilo que seja mais claro. No pouco tempo de trabalho, o venezuelano colocou em campo algumas formações em busca do que entende ser a cara do Galo de Dudamel.

“Meu estilo de jogo é ganhar”. Essas foram as primeiras palavras de Dudamel assim que desembarcou no aeroporto de Confins, mas naturalmente as ideias do comandante alvinegro pretendiam ir além de poucas palavras. Assim que chegou ao time, tentou firmar um esquema com três volantes, usando Zé Welison à frente da zaga e Allan ao lado de Jair na saída de bola.

Isso aconteceu frente a adversários como Uberlândia, Tupynambás e Coimbra, pelo Mineiro. O esquema foi mantido na estreia da Sul-Americana, diante do Unión. Antes da dar o pontapé no torneio continental, o Galo enfrentou o Tombense com uma mudança de estilo. Martinez e Adriano tomaram conta da marcação no meio, liberando Bruninho, Borrero e Marquinhos.

Começou ali uma flexibilização do esquema que Dudamel vinha tentando consolidar. No duelo seguinte ao Union, contra a URT, Allan e Martinez foram escalados no meio, com um trio na armação composto por Edinho, Borrero e Marquinhos.

Na eliminação na Sul-Americana, para o Unión, o venezuelano entrou com três zagueiros por necessidade de não levar gols, saída imediata frente ao panorama adverso. Jogo a jogo, o treinador vai tentando encontrar o Galo ideal, ainda sem escalar um time com sua identidade. O presidente Sérgio Sette Câmara afirmou apoio ao treinador, que soma quatro vitórias, três empates e uma derrota em 2020.

“O Dudamel vai ficar. Não vamos [demití-lo], por conta de um mês de trabalho. O Tardelli acabou de chegar. Tem que ter calma. O torcedor sai cuspindo marimbondo, tem razão, mas, ao mesmo tempo, temos que ter tranquilidade. Esse é um trabalho de médio prazo que ainda vai acontecer este ano”, disse o presidente.

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