Mineirão

Levir analisa classificação, reclama de juiz e se irrita com pergunta

Treinador rebateu jornalista que perguntou sobre garantia de se manter no comando do clube com insucessos e reconheceu necessidade de mais tempo de trabalho

Por Frederico Ribeiro
Publicado em 24 de março de 2019 | 19:50
 
 
Bruno Cantini/Atlético

O técnico Levir Culpi vem monstrando mudança de humor em coletivas de imprensa. Se é capaz de criar uma cena engraçada após briga de Éder Aleixo com o treinador do Tupynambás, engrossa o tom quando perguntado sobre a instabilidade do cargo de treinador no futebol brasileiro. Foi com uma resposta elevando a voz que ele respondeu sobre o respaldo da diretoria em seu futuro, após se classificar nas quartas de final do Estadual.

"Como que a diretoria vai me dar essa certeza? Pensa bem... Qual é a certeza. A indecisão é de todos. A pressão é em cima de todos, em cima do resultado. Se tivessemos no Japão, não teríamos essa situação. Mas estamos numa cultura diferente. As pessoas acham que é preciso fazer justiça depois do jogo. Mas na profissão que os torcedores exercem, que os jogadores exercem, eles não querem essa justiça. Quando erram duas, três vezes, são mandados embora? Não, né? Então é bom olhar esse lado. Na profissão que vocês exercem, são os melhores do Brasil? Então é bom saber isso também", afirmou o treinador.

Levir, apesar de acumular três vitórias seguidas no Estadual, contra América e duas vezes diante do Tupynambás, segue com a árdua missão de classificar do Atlético na Libertadores, depois de iniciar a fase de grupos com duas derrotas. O futuro, como ele mesmo diz, é incerto. Porém, uma mudança de cultura na "ciranda" dos treinadores é vislumbrada pelo comandante do Galo. 

"A cultura a gente modifica também. Vamos aprendendo as coisas. Tenho a impressão que os torcedores e dirigentes estão aprendendo que a cultura de troca de treinadores não dá resultado. A representatividade do futebol brasileiro está decaindo. Estamos caindo em produtividade. E os dirigentes continuam trocando os treinadores. a torcida quer, e vão trocando. Estamos indo pra trás. Então a profissão está em aberto. O cargo está em aberto também. Quem quiser comandar o Atlético, é só vir".

Irritado, o treinador ainda reclamou da marcação de pênalti de Zé Welison, que foi fora da área. "Me permitam falar da arbitragem? O gol deles foi legal? Foi pênalti? Não foi fora da área? Então é 3 a 0. E já tem influência psicológica na partida. Isso pesa. Estamos abaixo do que o time pode produzir. vamos produzir mais", destacou.