Milito completa 1 mês de Atlético com novo estilo, título e invencibilidade

Ninguém pode acusar Gabriel Milito de propaganda enganosa, ao menos neste primeiro mês pelo Atlético, completado nesta quinta-feira (25/04). O início de trabalho do argentino mostra exatamente o ele que prometeu quando foi apresentado como novo técnico do Galo.

"Jogaremos com esquemas táticos diferentes, mas o estilo será um só: tentaremos e conseguiremos dominar os jogos com a posse de bola e, quando ela estiver com o rival, tentaremos fazer com que dure pouco", explicou o técnico naquela primeira entrevista coletiva pelo alvinegro.

Até agora, nada saiu do script. A escalação varia conforme o adversário. Após sete partidas trocando peças, Milito repetiu os 11 iniciais pela primeira vez na última terça-feira (23/04), contra o Peñarol (Uruguai).

Ele, inclusive, manteve a surpreendente decisão de atuar com apenas um zagueiro de ofício, Jemerson, e improvisar um volante no setor, Battaglia — uma escolha que nada tem a ver com a falta de zagueiros disponíveis, já que três estavam no banco de reservas.

O domínio dos duelos com a posse de bola também tem sido uma marca do Galo com o estrangeiro. Em todos os jogos sob o comando dele, o alvinegro foi superior nesse quesito. A partida em que menos teve a pelota nos pés foi o primeiro jogo da final do Campeonato Mineiro, contra o Cruzeiro, em que os Atlético terminou com 51% de posse.

Além de cumprir o prometido, Milito se mantém invicto pelo Atlético. Em oito jogos, foram cinco vitórias e três empates, com 18 gols marcados e oito sofridos. O treinador ainda conquistou o Estadual após assumir o alvinegro no confronto de ida da decisão.

Dois aspectos chamam a atenção desde a chegada do argentino. Um deles é a rápida assimilação das ideias do treinador pelos jogadores — o que já foi observado na estreia de Milito, contra a Raposa. Outro ponto a ser ressaltado é que, junto à performance, os resultados se mostram satisfatórios em curtíssimo prazo.

"É um mês vitorioso, que foge um pouco à regra. Apesar de estar aqui há um mês, ele não teve uma semana longa de treinos, para que pudéssemos ter o trabalho dele propriamente dito, mas tivemos algumas atividades e também treinos com vídeo, com análise dos nossos pontos positivos e negativos", explicou o goleiro Everson, do Atlético.

Além da evolução coletiva, jogadores que vinham de atuações 'apagadas' passaram a ter desempenhos melhores com Milito, como o lateral-direito Saravia, com papel defensivo importante, o lateral-esquerdo Guilherme Arana, uma das armas do ataque alvinegro, e o meia Gustavo Scarpa, que nos últimos seis jogos fez cinco gols.

Desafio para Milito

O quadro quase impecável do primeiro mês de Gabriel Milito no Atlético guarda ao menos uma cobrança que se acentuou entre mídia e torcedores após a vitória sobre o Peñarol: a busca por mais regularidade nos 90 minutos.

Um cenário tem se repetido em jogos do Galo com o argentino: após dominar o adversário e abrir vantagem no primeiro tempo, o Atlético oscila no segundo e corre riscos que poderiam ser melhor administrados.

Foi assim, por exemplo, nos empates contra o Cruzeiro, por 2 a 2, e o Criciúma, por 1 a 1, após os alvinegros saírem na frente. O mesmo quase aconteceu diante de Peñarol e Rosario Central (Argentina), mas o Galo segurou os triunfos por 3 a 2 e 2 a 1, respectivamente.

Após a vitória sobre os argentinos, Milito já havia dito que o time tiraria lições após levar sustos na etapa final. "Sofremos em alguns momentos, mas é Copa Libertadores. Aprenderemos muitas coisas com a partida de hoje."

Treze dias depois, diante dos uruguaios, o problema permaneceu. "O jogo de hoje (contra o Peñarol) nos dará um grande aprendizado, no sentido de como controlar melhor um resultado quando estamos ganhando por 3 a 0", voltou a afirmar.