Tudo igual no Mineirão

Argentina sai perdendo para Paraguai, mas Messi, de pênalti, empata

Hermanos precisaram da 'ajuda' do VAR para empatar no Mineirão

Por Frederico Jota
Publicado em 19 de junho de 2019 | 23:34
 
 
Fred Magno/O Tempo

Agora, sim. Um Mineirão com mais torcedores, apesar de não estar lotado, e um público bem mais participativo do que aquele que acompanhou Uruguai 4 a 0 Equador no último domingo. Nesta quarta, foram 35 mil pagantes, 22 mil a mais do que três dias antes.

O efeito Messi mudou muita coisa na atmosfera do segundo jogo da Copa América em Belo Horizonte - parecia um pouco mais com uma partida de um torneio continental de seleções. Só não mudou o futebol burocrático, confuso e desorganizado da seleção argentina, que segue sem vencer na Copa América após dois jogos.

O empate da Argentina em 1 a 1 com o Paraguai frustrou quem esperava mais uma atuação de gala do camisa 10 do Barcelona. Cercado por uma equipe longe de ter uma mínima organização tática, Messi não se escondeu do jogo, mas foi pouco efetivo apesar de ter participado da maioria dos (raros) lances de perigo criados pela Argentina.

O primeiro pontinho conquistado deixa os argentinos na última colocação do grupo B, empatados com o Catar, mas com um saldo de gols inferior - os dois se enfrentam domingo. O empate no Mineirão deu a primeira colocação do grupo à Colômbia antecipadamente. E uma combinação de resultados pode colocar Brasil e Argentina cara a cara logo nas quartas. Basta que os dois rivais terminem em segundo em suas chaves, o que ainda é possível.

A expectativa de um grande jogo foi frustrada logo no primeiro tempo, abaixo da crítica. Sem jogadores como Agüero, Dybala e Di María, todos no banco, a Argentina mal chutou no gol. O primeiro chute, aliás, foi do paraguaio Derlis Gonzalez, aos 28 minutos.

Longe de ser criativo ou ousado, o Paraguai optou por povoar seu campo defensivo, o que não só dificultou o jogo da Argentina como evidenciou a fragilidade da equipe de Messi. Os argentinos cansaram de errar passes e nenhuma alternativa criada para tentar furar o bloqueio paraguaio. Nem mesmo a tentativa de cavar uma falta para o camisa 10 brilhar funcionou. Quando teve a falta, um chute fraco, nas mãos de Gatito.

Quem esperava ver mais uma atuação de gala do camisa 10 do Barcelona, se decepcionou. Por mais que o público ficasse alvoroçado cada vez que Messi tocava na bola, o encanto não durava tanto. A fragilidade argentina fez com que o Paraguai percebesse que, se forçasse um contra-ataque, poderia ir mais longe. Foi assim Sánchez fez 1 a 0, aos 36 minutos, se aproveitando de todo o espaço dado pela defesa da Argentina. Foi o suficiente para murchar de vez qualquer sinal de futebol do time de Messi no primeiro tempo. 

Com Aguero em campo no segundo tempo, a Argentina passou a ter lampejos de um futebol ao menos razoável. Em pênalti assinalado após a intervenção do VAR, Messi empatou o jogo aos 12 minutos.

O gol  incendiou a torcida e fez com o que time argentino mostrasse ao menos mais disposição, apesar de pouca técnica. Sem qualquer segurança, a Argentina deu um pênalti de presente para o Paraguai - Armani defendeu a cobrança de Derlis Gonzalez. A torcida vibrou, mas o futebol não mudou. As tentativas na base do abafa deram pouco resultado. O encanto com Messi não deixa de existir, apesar de o pouco brilho com a camisa alviceleste ter deixado uma sensação amarga na torcida que veio ao Mineirão para ver o melhor camisa 10 do futebol atual.