3 a 1

Bolívia x Venezuela: Público baixo e diferente para uma seleção em ascensão

Pior público da Copa América e muitos convidados no Mineirão viram a classificação da invicta Venezuela para as quartas de final

Por Frederico Jota
Publicado em 22 de junho de 2019 | 18:00
 
 
ESPORTES - DO DIA - Belo Horizonte - MG . COPA AMERICA 2019 . JOGO ENTRE BOLIVIA X VENEZUELA NO MINEIRAO DIA 22 DE JUNHO AS 16:00 HORAS . JOGO VALIDO PELA FASE DE GRUPO . NA FOTO : FOTO : FRED MAGNO / O TEMPO 22.06.2019 FRED MAGNO

Um Mineirão com um público bem diferente do habitual foi o palco de uma partida que confirmou a ascensão do futebol de um país que, há um bom tempo, deixou de ser o patinho feio do continente no esporte. Diante do pior público pagante da Copa América (4.640), de imigrantes, que passaram por vários percalços para estarem em Belo Horizonte, e de estudantes e idosos que jamais haviam pisado no Gigante da Pampulha, a Venezuela venceu a Bolívia por 3 a 1 e, com a vitória do Brasil diante do Peru, se garantiu nas quartas de final da Copa América com o segundo lugar do grupo A. Espera, agora, o segundo colocado do grupo B para saber seu adversário na próxima fase - pode ser Paraguai, Argentina ou Catar.

Os venezuelanos, que chegaram às quartas de final do torneio continental na última edição, em 2016, e que foram semifinalistas em 2011, seguem ganhando espaço. E os bons resultados não são apenas entre os profissionais. A Venezuela foi vice-campeã mundial sub-20 em 2017, por exemplo. E, desta vez, passa da primeira fase invicta e tendo sofrido apenas um gol, este da Bolívia - mesmo jogando uma das partidas contra o Brasil.

A Bolívia, por sua vez, se despede do torneio. Em nenhum momento, mostrou um futebol capaz de dar alguma esperança ao seu torcedor. Tecnicamente sofrível, pouco criativa e lenta, a seleção boliviana fecha o grupo A em último lugar, com três derrotas em três jogos.

Nas arquibancadas, imigrantes venezuelanos convidados pela Minas Arena se emocionaram com a chance de ver seu país em campo bem distante de casa e crianças e idosos atendidos por diversos projetos municipais e que jamais haviam entrado no Mineirão, aproveitaram para se divertir com a partida, dando uma cara diferente ao estádio, que recebeu seu segundo pior público pagante no ano - 4.340 pagaram para ver Cruzeiro 3 a 0 Caldense, pelo Campeonato Mineiro. A curiosidade do jogo deste sábado é que 7.106 não pagaram ingresso para ver a partida.

O jogo
A diferença técnica ficou clara logo no primeiro minuto de jogo, quando Machis abriu o placar para a Venezuela, que trabalhou a jogada com extrema facilidade e muito espaço dado pelos bolivianos. Espaço para trabalhar não faltou para a Venezuela, que poderia ter resolvido a partida ainda no primeiro tempo. Com jogadas pelas pontas, os venezuelanos deram trabalho para a defesa boliviana, mas falharam nas conclusões. 

Superior, a Venezuela fez 2 a 0 com Machis aos 10 minutos do segundo tempo, manteve o controle da partida e perdeu muitas oportunidades para conseguir um placar ainda maior - fez o terceiro gol, com Martínez, aos 42, cinco minutos depois de ter levado o gol de Justiniano.

A Bolívia, limitadíssima, chamou atenção pelas duas bolas na trave no primeiro tempo, em lances isolados e pouco trabalhados. E, como era de se esperar, o atacante Marcelo Moreno, pouco produtivo, mas muito batalhador, chamou a atenção da torcida. Aplausos dos cruzeirenses e vaias dos atleticanos. Apagado, saiu no fim do segundo tempo sem praticamente ter tocado na bola na etapa final. Se Marcelo, que conhece - e bem - o Mineirão, saiu chateado com a derrota, os visitantes que o estádio recebeu curtiram demais o sábado de futebol na Pampulha.