Promete!

Cheio de curiosidades e com jovem estrela: como chega o Japão para a Copa

Com muitos fatores interessantes, Samurais Blues prometem chamar atenção no torneio sul-americano

Recém-contratado pelo Real Madrid, Kubo é uma das estrelas do Japão | Foto: NELSON ALMEIDA/AFP
Gabriel Pazini| @superfcoficial
17/06/19 - 17h08

O Japão teve um período curioso pré-Copa América. A ideia original do técnico Hajime Moriyasu era usar força máxima e levar o grupo mais forte possível para o torneio sul-americano. Dirigentes da Associação de Futebol do Japão (JFA, entidade máxima do futebol japonês) inclusive viajaram para a Europa para negociar a liberação das principais estrelas nipônicas.

O plano era deixar uma boa impressão no Brasil após a derrota na final da Copa da Ásia para o Catar, que também disputa o torneio sul-americano como convidado. No entanto, como os clubes só são obrigados a liberar os atletas para o Japão na Copa da Ásia, que ocorreu em janeiro passado, e os Samurais Blues são apenas convidados na Copa América, o plano de Moriyasu falhou, com seus principais jogadores não sendo liberados por seus clubes para a competição.

Com isso, o plano mudou, e a JFA pensou em usar a Copa América como preparação para os Jogos Olímpicos de Tóquio, em 2020. Moriyasu inclusive afirmou que o objetivo do Japão é conquistar a medalha de ouro em casa e, para isso, convocou para a Copa América 17 jogadores da seleção olímpica que nunca defenderam o selecionado nipônico principal, mais seis atletas veteranos. O curioso, porém, é que o principal talento da seleção olímpica, Ritsu Doan, meia do Groningen, da Holanda, ficou de fora da lista justamente porque não foi liberado por sua equipe.

Já entre os seis veteranos, apenas Shoya Nakajima, Gaku Shibasaki e Takehiro Tomiyasu estão jogando com regularidade pelos Samurais Blues. O goleiro Eiji Kawashima e o atacante Shinji Okazaki, nomes históricos do futebol no país e de sucesso na Europa, estão de volta pela primeira vez após a Copa do Mundo, assim como o zagueiro Naomichi Ueda.

Ainda assim, o Japão possui nomes muito interessantes para a Copa América. O mais falado tem sido o talentoso Takefusa Kubo, meia-atacante de apenas 18 anos, jogador mais jovem da seleção, que defendeu com enorme destaque as categorias de base do Barcelona e foi recém-contratado pelo Real Madrid.

O jovem atleta, comparado a Lionel Messi e dono de enorme qualidade técnica e habilidade, chamou atenção em sua estreia pela seleção principal e promete dar o que falar no Brasil.

Além dele, o ótimo meio-campista Gaku Shibasaki, camisa 10 do Getafe, que já marcou gols contra Barcelona e Real Madrid em La Liga, fez ótima Copa do Mundo, é muito talentoso, dono de excelentes finalizações de média e longa distância e grande visão de jogo, é outro nome para se ficar de olho, ainda que não tenha ido bem na reta final da temporada europeia.

Também é o caso de Shoya Nakajima, grande nome e craque da seleção desde que Moriyasu assumiu após o Mundial da Rússia, que tem feito grandes partidas mostrando muito talento. O meia ofensivo vinha brilhando no futebol português e atraindo o interesse de gigantes europeus, mas preferiu uma transferência milionária para o futebol do Catar. Ainda assim, tem jogado muito bem e a expectativa é que tenha bom desempenho no Brasil.

O Japão tem vários nomes talentosos como Kubo, Shibasaki e Nakajima, que prometem brilhar, fora a expectativa com os retornos de Kawashima e Okazaki (ainda que o campeão da Premier League com o Leicester não viva sua melhor fase), e possui um meio-campo de muita técnica, talento e qualidade. No entanto, existem preocupações.

Além do fato de ser uma seleção jovem e que ainda está se entrosando, o Japão convive com problemas no ataque. O melhor atacante nipônico na atualidade, Yuya Osako, não foi liberado pelo Werder Bremen e nenhum japonês está jogando no mesmo nível que ele no momento. Okazaki não fez boa temporada no Leicester e vive fase ruim. Daizen Maeda não tem feito um bom ano na J-League e Ayase Ueda sequer é profissional e ainda atua no futebol universitário do país.

Por outro lado, o Japão, que joga sua segunda Copa América após também ter sido convidado em 1999, quando foi eliminado na fase de grupos, chega ao Brasil sem responsabilidade, já que trata o torneio apenas como preparação e amistosos de luxo visando os Jogos Olímpicos de 2020. Além disso, possui nomes interessantes e toda a curiosidade para ver o desempenho da jovem estrela Takefusa Kubo.

Os Samurais Blues terão dificuldades para conseguir o avanço em um grupo complicado com Uruguai e Chile, além do Equador, mas podem surpreender e, certamente, será bem interessante acompanhar o bom time de Moriyasu, que se destaca pela boa qualidade técnica em seu meio-campo.

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