De banco à estrela

'É Cebolinha': a consagração de Everton com a camisa da seleção brasileira

Diante de um Brasil que clamou por seu nome após o empate sem gols com a Venezuela, Cebolinha mostrou sua ousadia, sendo premiado com um belíssimo gol no estádio corintiano e com o título de melhor em campo

Por Josias Pereira - Enviado especial a São Paulo
Publicado em 22 de junho de 2019 | 18:05
 
 
Miguel SCHINCARIOL / AFP

São Paulo. EM 18 de agosto do ano passado, Everton veio à Arena Corinthians com a camisa do Grêmio e, jogando muito, fez o único gol na primeira vitória do Tricolor Gaúcho no estádio, derrubando os donos da casa, em partida válida pelo Campeonato Brasileiro. Naquela noite, o veloz ponta foi o destaque absoluto da partida. Quase um ano depois, a ascensão de Everton chegou a um novo estágio justamente na Arena corintiana. Diante de um Brasil que clamou por seu nome após o empate sem gols com a Venezuela, Cebolinha não só ganhou a titularidade da seleção como mostrou sua ousadia, sendo premiado com um belíssimo gol no estádio corintiano. Ele foi premiado com o título de melhor em campo.

Caindo pela ponta esquerda, setor antes ocupado por Richarlison, o jogador puxou boas jogadas pela beirada de campo e mostrou oportunismo quando limpou um defensor e chutou, bem ao seu estilo, firme no canto do goleiro Gallese para fazer o terceiro gol do Brasil na vitória sobre o Peru, pela última rodada da fase de grupos da Copa América.

Aos 23 anos, o jogador nascido na cidade de Maracanaú, no estado do Ceará, segue encantando pela ponta-esquerda, exatamente como despontou com a camisa do Fortaleza, ainda aos 16 anos. As boas atuações o fizeram entrar na rota do Grêmio, que primeiro o adquiriu por empréstimo e depois acertou sua contratação por definitivo.

Atuando no Tricolor Gaúcho, o jogador atingiu o estrelato, principalmente a partir de 2016, quando ganhou projeção vindo do banco de reservas, substituindo Pedro Rocha e depois Fernandinho. O 'reserva de luxo' do Grêmio foi fundamental no Mundial de Clubes, em 2017, na semifinal contra o Pachuca, do México, com um golaço na prorrogação após um empate sem gols no tempo normal. 

No ano passado, Everton, enfim, tomou o posto de titular no time de Renato Gaúcho e, desde então, tornou-se um dos nomes de Tite também na seleção brasileira. Assim como aconteceu no Grêmio, com a Amarelinha ele ocupou uma posição de 'reserva de luxo' pronto para alterar a condição de um jogo. Mas o clamor popular por mudanças na seleção foi tão grande que Tite teve que ceder. E assim o fez. Cebolinha entrou em campo como titular diante do Peru e foi um dos destaques de um time muito mais insinuante, com cara de Brasil. Era o que a equipe precisava para fazer as pazes com o torcedor.