Na Copa América, Brasil sofre contra rivais que detonou nas Eliminatórias
Seleção vive situação curiosa contra os mesmos adversários em torneios diferentes
As dificuldades encontradas pela seleção brasileira nos compromissos contra Bolívia e Venezuela deixam o técnico Tite e o elenco diante de uma questão de difícil resposta. O desafio da equipe é entender como o País que costuma liderar as Eliminatórias e se classificar para as Copas do Mundo com bom aproveitamento e antecedência, vê o desempenho cair tanto quando se trata de enfrentar os mesmos adversários, mas em disputa de outro formato, como é a Copa América.
A última vez que a seleção ganhou a competição foi em 2007. Desde então, sofre com um rendimento medíocre no torneio. De lá para cá, a equipe entrou em campo 13 vezes por quatro edições diferentes (incluindo a atual) e venceu apenas 54% dos pontos disputados. Foram seis empates, cinco vitórias e duas derrotas.
O rendimento se opõe ao retrospecto positivo quando se trata de Eliminatórias Sul-americanas para a Copa. Desde a conquista da última Copa América, o Brasil disputou duas vezes o classificatório para o Mundial, em 2010 e 2018, sempre com supremacia sobre os adversários do continente. Não disputou para 2014 porque era o país anfitrião da Copa.
Tanto para a Copa da África do Sul quanto para a da Rússia, o Brasil terminou na liderança da longa caminhada de 18 jogos e de dois compromissos contra cada um dos rivais. O retrospecto ficou acima dos medianos 54% conquistados em edições de Copa América, com 63% de aproveitamento na campanha para o Mundial de 2010 e 76% na caminhada rumo à edição de 2018. Com Tite, o time chegou a vencer nove jogos seguidos.
SEM EXPLICAÇÃO - O capitão Daniel Alves vivenciou todas essas campanhas nos seus 13 anos de seleção e admitiu ser difícil entender a diferença de comportamento. "Na Copa América a gente oscila muito. Nas Eliminatórias a gente consegue ter boas campanhas. Mas nós somos uma grande seleção. Podemos melhorar. Até porque somos uma das grandes nações do continente, como as próprias Eliminatórias mostram", afirmou.
A vitória por 3 a 0 sobre a Bolívia com gols no segundo tempo e o empate com a Venezuela colocaram Tite na inédita situação de sofrer contra países sul-americanos. O treinador conseguiu nas últimas Eliminatórias um desempenho quase perfeito diante dos vizinhos, com 89% de aproveitamento e nove vitórias.
Curiosamente, os antigos fregueses viram adversários temidos e até ameaçam uma participação mais efetiva do Brasil na Copa América em casa. Para Tite, a equipe tem sofrido na atual competição por causa do nervosismo. "Ficamos apressados demais, ansiosos demais. Isso fica traduzido nas jogadas em que você força e erra. As finalizações ficam imprecisas e o time passa a arriscar pouco."
Nas últimas edições da Copa América, o Brasil se tornou coadjuvante. São três torneios seguidos sem ao menos ser semifinalista, enquanto países bem menos badalados, como os rivais de grupo Peru e Venezuela, conseguiram chegar entre os quatro primeiros colocados. Os peruanos ficaram em terceiro lugar em 2011 e 2015 e os venezuelanos em quarto em 2011.
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