Nos jogos mais aleatórios do Mineirão, amigos 'batem ponto' na Copa América

Em um dos bloqueios onde é exigido o ingresso da Copa América para poder circular no estádio, um grupo de amigos é parado pela Polícia Militar. Mas não é para revista ou qualquer coisa do tipo. De tão frequentes no estádio durante a competição, eles se tornaram conhecidos do policiamento, que queria informações já pensando no jogo da semifinal, na próxima semana. 

Gustavo Azeredo Camilo, 29; Paloma Ravana Silva, 22; Ivan de Sá da Fonseca, 21; e Marcos Vinícius, 31, se orgulham de estarem presentes em todos os jogos da Copa América na capital mineira até então, inclusive já estão com os ingressos comprados para a semifinal, no dia 2 de julho. "Pode ser em um dos jogos que ninguém dá nada que sai o gol mais bonito da competição, estamos falando de futebol. Podemos ver aqui um lance bonito às vezes de um jogador, um gol de bicicleta, uma goleada histórica, vamos conferir", diz Gustavo, auxiliar administrativo. 

A turma de amigos é de São Gonçalo do Rio Abaixo, cidade que está cerca de uma hora de distância da capital mineira. O relógio apontava ainda cinco e quinze da tarde e os amigos já estavam a caminho do Mineirão para o jogo entre Japão e Equador, o último da fase de grupos em BH. 

"É um sacrifício porque a gente trabalha, temos que pedir folga do serviço para dar tempo de chegar aqui no horário, mas é gostoso estar em um evento como esse", aponta a monitora Paloma Ravana. 

"A gente já se conhece de longa data, moramos em uma cidade pequena. Acaba que quando não é parente, é conhecido. E a região nossa não tem grandes eventos assim, e quanto tem um evento dessa magnitude nós vamos nos programando. Há seis meses nós nos juntamos, fomos guardando dinheiro e a gente conseguiu. Pode ter aqui Senegal e Trinidad e Tobago que vamos estar aqui para conferir", completou Gustavo.

Os amigos estiveram nos jogos mais aleatórios da história do estádio, inclusive os duelos nos Jogos Olímpicos do futebol feminino, além da partida entre Taiti e NIgéria, no Mineirão, pela Copa das Confederações de 2013. Além disso, há cinco anos, eles estavam por aqui na peleja entre Costa Rica e Inglaterra, pela Copa de 2014, um jogo que terminou em 0 a 0 e foi apontado como um dos piores daquele Mundial. "Pelo menos aquele jogo foi legal. Era uma Copa. Tinha um clima diferente", brinca Gustavo. 

Para garantir a presença no evento, a turma fez uma engenharia financeira que eles têm certeza que vale muito a pena. "A gente fez isso com muito antecedência, tínhamos ciência das datas, sabíamos que os valores não seriam tão baratos como os jogos dos clubes, mas nos programamos e a gente sabia que gastaríamos um "cadinho" mais. Só que estamos falando de um evento raro de acontecer. Quem é fã de futebol vale a pena a presença", ressalta o estudante de engenharia Ivan de Sá Fonseca. 

Depois de tanto "roer o osso" com alguns jogos de nível técnico duvidoso na Copa América, o grupo de amigos aguarda um Brasil e Argentina na próxima fase. 

"A gente sempre espera uma semifinal de grandeza, a gente espera que o jogo seja esse mesmo, um Brasil e Argentina", finalizou o operário Marcos Vinícius. 

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