No Gigante da Pampulha

Uruguai x Equador: craques brilham, e a Celeste goleia no Mineirão

Uruguaios dominaram o jogo do início ao fim e largam na frente no grupo C

Frederico Jota| @SuperFCoficial
16/06/19 - 20h58

Um Mineirão na maior parte do tempo silencioso e com um público pequeno para um torneio continental de seleções - apenas 13.611 pagantes, o segundo pior da competição até aqui (Peru 0 x 0 Venezuela foi visto por 11.107 torcedores).. Esse foi o pano de fundo para a primeira partida em Belo Horizonte pela Copa América. Em campo, porém, o Uruguai não foi nem um pouco frio e, com uma grande atuação especialmente na etapa inicial, atropelou o Equador por 4 a 0 no primeiro jogo do grupo C. É o maior placar da competição até o momento. 

Taticamente, o Uruguai foi perfeito. Consistente no meio-campo e armado para o jogo das estrelas Cavani e Suárez fluir, a equipe do técnico Óscar Tabárez, há 13 anos no cargo, mostrou entrosamento e velocidade na transição entre os setores, fator fundamental para a tranquila construção da vitória.

Se, em um dos bancos de reservas estava um treinador com muito tempo de casa, que conhece sua equipe e sabe como usar as peças, no outro, o cenário era diferente. O colombiano Hernán Darío Gomez, que já dirigiu o Equador entre 1999 e 2004, fez no Mineirão sua primeira partida oficial após o retorno à seleção, no ano passado. A diferença ficou nítida na organização das equipes. Se tecnicamente, o Uruguai tem um time superior, taticamente não teve nem como comparar.

O jogo uruguaio sempre passa pelos pés de Suárez ou Cavani e os dois atacantes estão longe de serem jogadores que atuam apenas em uma parte do campo. Jogando pelos lados e invertendo de posição regularmente, os dois deram espaço para a chegada dos meias, especialmente Lodeiro, e ainda confundiram a defesa equatoriana. Eficientes com a bola nos pés e também no jogo aéreo - o Uruguai usa e abusa de perigosos cruzamentos para a área.

Com maior posse de bola e, quando necessário, com boa reposição defensiva dos volantes e meias, o Uruguai resolveu o jogo no primeiro tempo, com golaços de Lodeiro, aos 6 minutos, e Cavani, aos 33. Suárez, sempre bem colocado, fez o terceiro aos 43. Cenário facilitado pela expulsão do lateral Quintero aos 22 minutos, após intervenção do VAR.

O limitado Equador teve que abrir mão do meia Mena para recompor sua defesa com Velasco. A seleção equatoriana, que jogou pela primeira vez no Mineirão, ganhou a simpatia de parte dos torcedores que, bem humorados, chegaram a gritar ‘olé’ quando a equipe conseguiu trocar alguns passes.

Se o primeiro tempo foi agradável de se ver, tamanha a qualidade e a eficiência tática do Uruguai, a etapa final foi sonolenta e em um estádio com um público que pouco participou, o cenário ficou bem monótono. Os uruguaios apenas administraram a vantagem e ainda foram premiados com um gol contra bizarro de Mina, aos 32 minutos, em lance que, novamente, teve a intervenção do VAR. 

Maior vencedor da Copa América, com 15 conquistas, o Uruguai desponta como um forte candidato ao título que conseguiu pela última vez em 2011. Com dois jogadores muito acima da média auxiliados por um eficiente meio de campo e uma dupla de zaga segura e experiente, Godín e Giménez, o Uruguai tem uma vantagem considerável contra seus principais rivais: entrosamento e padrão tático estabelecido. Vai dar trabalho.

 

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