Caiu

Adilson Batista é demitido e não é mais técnico do Cruzeiro

Técnico não suporta pressão e deixa o clube celeste logo após a derrota para o Coimbra

Por Josias Pereira
Publicado em 15 de março de 2020 | 18:30
 
 
Gustavo Aleixo/Cruzeiro

Adilson Batista não é mais técnico do Cruzeiro. A derrota para o Coimbra, por 1 a 0, no Independência, pela nona rodada do Campeonato Mineiro, foi determinante para a saída do comandante. Uma demissão que já se desenhava no destino do treinador desde a última quinta-feira (12), logo após outra derrota, naquela ocasião para o CRB, por 2 a 0, no Mineirão, pelo primeiro jogo da terceira fase da Copa do Brasil.

Essa foi a segunda passagem do comandante pela Raposa. Uma saída dolorosa. Adilson não poupou palavras em sua despedida do time, atacando, inclusive, a atuação do conselho gestor.

“Rezo para que o clube tenha logo um presidente”, disse o agora ex-treinador celeste. “Hoje tem oito gestores e os oito querem dar palpite no futebol. Alguns deveriam cuidar do marketing, que era para fazer uma campanha para 300 mil (sócios) e hoje temos 45 mil. Esse marketing então está mal. Precisa melhorar”, disparou Adilson. 

Nesta temporada, Adilson esteve à frente do Cruzeiro em 12 jogos, com quatro vitórias, quatro empates e quatro derrotas. Contra times da Série B - América e CRB -, a Raposa de Adilson não conseguiu nenhuma vitória, amargando um empate e um tropeço. O comandante não venceu um jogo sequer na Copa do Brasil, mesmo encarando São Raimundo e Boa Esporte, além de ter triunfado apenas em uma das nove últimas partidas que disputou, sendo neste domingo (15) derrotado pelo Coimbra, que até então era o penúltimo colocado na tabela e não havia conquistado uma vitória sequer.

Além de fazer críticas à diretoria, ele disparou contra os jogadores que protagonizaram o rebaixamento do time em 2019. 

Adilson não quis render muito sobre a multa que possui em caso de rompimento de contrato, mas Carlos Ferreira declarou que ela beira a R$ 500 mil e isso já está acordado entre eles nesta segunda-feira #cruzeiro #cruxcoi pic.twitter.com/mLjmx4g2Hp

— O Tempo (@otempo) March 15, 2020

“Fui demitido pelo Carlos (Ferreira, gestor do futebol do Cruzeiro). Estarei na torcida, deixo claro que estou chateado pelos resultados recentes, que também temos culpa. Mas a gente precisa entender o processo. Tive a coragem de pedir pra que determinados jogadores saíssem, enfrentei. Ajudei nesse processo, com o clube numa bagunça, uma desordem. Atletas tomaram conta do clube, derrubaram o Mano, meu amigo, seu Abel, seu Rogério Ceni. Então, você chega e tem que limpar. Dei treino durante alguns dias com jogadores que eu não teria, até resolver essa situação, porque não tínhamos comando”, justificou o treinador.

No ano passado, Adilson dirigiu o time nas últimas três rodadas do Brasileirão, quando a Raposa não conseguiu nenhuma vitória e acabou rebaixada à segunda divisão. Seu aproveitamento após 15 jogos foi de 38,1%, o pior das duas vezes em que comandou o clube.

Em sua primeira passagem pelo Cruzeiro, entre 2008 e 2010, Adilson foi bicampeão mineiro (2008/2009) e vice da Copa Libertadores (2009). Em 170 partidas, ganhou 97, empatou 34 e perdeu 40, com 324 gols marcados e 194 sofridos.

Adilson Batista também vestiu a camisa azul entre 1989 e 1993. No período, como zagueiro, sagrou-se campeão mineiro de 1990 e 1992, além dos títulos das Supercopas de 1991 e 1992.

A saída de Adilson comprova o perfil em declínio do comandante desde que deixou justamente o Cruzeiro, não conseguindo se firmar em nenhum clube desde então, apesar de passagens por times como Corinthians e Santos.

O comandante possui uma multa rescisória com o Cruzeiro que beira R$ 500 mil, segundo informações de fontes do conselho gestor. Ele vai, nesta segunda-feira (16) à sede administrativa para formatar um acordo com os dirigentes do clube.