Possibilidades

Ativos de até R$ 10 milhões: Cruzeiro projeta receitas com engajamento nas redes

Equipe vem trabalhando com plataforma internacional que avalia potências do futebol e estimativas são positivas com participação da torcida

Rebaixado à Série B, o Cruzeiro precisa voltar logo para a Primeira Divisão | Foto: Vinnicius Silva/Cruzeiro
Josias Pereira| @josiaspereira
23/04/21 - 08h00

A pandemia segue afetando o futebol pelo mundo. Para poder angariar recursos com sua marca, os clubes de futebol precisam se adequar a novas formas de receitas. O Cruzeiro, além de seus patrocinadores e apoiadores, vem buscando desenvolver o potencial e engajamento de suas redes sociais, transformando-as também em meios não apenas de comunicação, mas de entretenimento e lucro. 

O Super.FC conversou com Rodrigo Moreira, superintendente de Inovação e Digital do Cruzeiro. Ele apontou que o clube vem trabalhando com uma plataforma internacional que serve a grandes clubes do futebol mundial e que mapeia o potencial das redes sociais do clube, medindo os parâmetros de engajamento e até mesmo o valor que pode ser gerado com cada tipo de publicação. 

“Eu preciso dar visibilidade e alcance da nossa marca nas redes e qualquer projeto para que eu aumente a entrega para o meu patrocinador. Então, o que nós fizemos recentemente [...] a gente tem uma plataforma internacional que o Cruzeiro é parceiro. Esta plataforma mapeia tudo que o Cruzeiro faz nas redes sociais e ela nos ajuda a tomar decisões baseada em métricas de engajamento, de alcance e comparando com outros clubes no mundo e no Brasil. Ela também diz para nós quanto custa e por quanto podemos vender algum ativo. A plataforma, inclusive, apresenta clientes que possam comprar isso de nós. O que temos feito no Digital? A gente tem lá o post que fazemos parabenizando ex-jogadores que fizeram aniversário. Mapeamos, por exemplo, quanto custaria se a gente vendesse isso, tipo: apresentado por empresa ‘x’. E pelo engajamento, pelas métricas da internet, a gente viu que a gente está perdendo receita porque algum patrocinador poderia estar pagando isso especificamente”, declarou Rodrigo. 

A missão do setor tem sido criar mecanismos para que este balanço se converta em ganhos. Esta plataforma estimou que a venda de todos os ativos das redes sociais somadas do clube podem valer até R$ 10 milhões. Este tipo de receita era praticamente nulo nas antigas gestões. 

“Estamos em um momento comercial de buscar receitas destes ativos digitais que nunca foram valorizados pelo clube. Antigamente, o clube chegava e falava ‘ó, patrocínio aqui na minha camisa é R$  10 milhões, R$ 5 milhões, R$ 2 milhões, R$ 100 milhões e o cara, de graça, levava a rede social. Hoje estamos vendo que a rede social é tão grande quanto o patrocínio esportivo. A gente avaliou a rede social inteira do Cruzeiro, pegando todas as redes do clube e vendendo todos os ativos, com uma auditoria que só faz isso para Milan, Real Madrid, Barcelona, e o ativo destas plataformas vale quase R$ 10 milhões. O que significa isso? O engajamento que a torcida tem nas redes sociais pode gerar para nós, se vendermos este ativo em totalidade, até R$ 10 milhões. Uma receita que era zero até o ano retrasado, que ninguém usava isso como ativo”, explicou o superintendente cruzeirense. 

Com o detalhamento em mãos, o Cruzeiro se torna capaz de negociar espaços em suas redes por uma fração, por exemplo, dos R$ 10 milhões projetados. 

“O nosso papel é entender como a gente potencializa cada uma das redes. O Facebook, por exemplo, que é uma rede que tem diminuído no mundo, ainda gera muito resultado para o Cruzeiro porque ela tem um público mais específico, um público mais velho que acompanha determinado padrão e perfil social. Então estamos atentos a cada uma destas redes e como podemos monetizar cada uma delas. A gente tem paralelo com este estudo, o tamanho da rede, o quanto esta rede pode fazer. Isso colocamos como meta. Se eu sei que nossa rede vale até R$ 10 milhões, eu posso trabalhar para vendermos a propaganda no TikTok por uma fração disso. Se a gente conseguir vender tudo, a gente sabe que poderíamos alcançar isso”, concluiu. 

Segundo levantamento do Ranking Digital de Clubes Brasileiros, feito pelo Ibope Repucom e publicado no mês de abril, o Cruzeiro tem a nona maior presença do país nas redes sociais, com um combinado de 7.503.930 seguidores. O maior número está justamente no Facebook, com pouco mais de 3 milhões de pessoas. 

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