História

Cruzeiro 2000 - Gol do Tri eternizou Geovanni na história do clube

Atacante marcou o gol da vitória sobre o São Paulo, aos 46 minutos do segundo tempo

Por Marco Antônio Astoni
Publicado em 06 de junho de 2020 | 12:00
 
 
Momento em que a bola chutada por Geovanni vence o goleiro Rogério Ceni Reprodução Youtube

A vitória por 2 a 1 sobre o São Paulo, que valeu ao Cruzeiro o título da Copa do Brasil de 2000, colocou o atacante Geovanni definitivamente no panteão eterno de heróis do time mineiro. A partida, que será reprisada neste domingo, dia 7, às 16h, pela TV Globo Minas, teve toques de crueldade e drama com os torcedores do dois times.

O empate em 0 a 0 no jogo de ida, no Morumbi, dava ao São Paulo a vantagem de jogar por qualquer empate com gols. Novo 0 a 0 levaria a decisão para os pênaltis, e o vencedor no tempo normal, obviamente, ficaria com a taça. Aos 45 minutos do segundo tempo, a partida estava empatada em 1 a 1, e o título indo para o São Paulo.

Mas, então, uma mistura de talento, inteligência e sorte fez com que Geovanni marcasse, aos 46 da etapa final, o gol que deu o título ao Cruzeiro. A forma como o gol foi feito fez também com que seu autor ficasse marcado para sempre na história quase centenária do clube mineiro.

“A gente não espera ser jogador pra ser reconhecido. Eu sempre dei o melhor de mim com a camisa do Cruzeiro. Fui criado no Cruzeiro. Joguei no clube por quase 10 anos, contando a base. Cheguei lá com 14 anos. O Cruzeiro é o clube do meu coração, que me criou e que me deu oportunidades. Sinceramente, um jovem que sai do interior não espera chegar tão longe. Mas quando Deus tem uma promessa pra vida da gente, tudo se cumpre. Com o objetivo maior, que é aquele que pensamos em alcançar. Deus conduziu minha carreira. Entrei pra história desse grande clube. Hoje tenho o reconhecimento por onde passo. Não só eu, mas vários que vestiram essa camisa. O Cruzeiro é um grande clube, com vários jogadores em sua história. Dirceu Lopes, Tostão, Dida, Alex, Ronaldo Fenômeno, Fábio, Sorín, meus sobrinhos Wendell e Cristian. Não é fácil jogar no Cruzeiro e conquistar títulos. Isso realmente foi muito marcante pra mim. Sou muito grato a Deu pelo que eu fiz pelo Cruzeiro e pelo reconhecimento.

Toda a dramaticidade da partida é reconhecida por Geovanni, que se recorda também dos momentos finais do jogo, quando o Cruzeiro quase leva o gol de empate.

“O tri foi um título muito importante que eu conquistei pelo Cruzeiro, mas o que mais chama a atenção é a forma com que conquistamos este título. Tem que virar a partida com pouco tempo no relógio. Depois, o Fábio Júnior empatou. Aí, aos 45 eu faço o gol. A bola volta para o jogo e nosso time desorganizado, ainda comemorando o gol e com quatro atacantes, eu, Müller, Fábio Júnior e Oséas. É muito difícil um time hoje terminar o jogo assim. Oséas e Fábio Júnior são de área, e Müller e eu também somos muito avançados. Quase tomamos o gol de empate. O André fez uma grande defesa, e o Clebão tirou aquela bola. Por tudo que aconteceu, foi um dia muito especial, de grandes emoções, no qual fomos compensados com o título. Eu agradeço a Deus por ter feito parte daquela história.