Libertadores

Cruzeiro e Flamengo farão confronto histórico logo nas oitavas de final

Flamengo e Cruzeiro fazem nesta quarta-feira (8) duelo mais importante desta fase da competição continental

Josias Pereira
08/08/18 - 08h00

Quando Cruzeiro e Flamengo se enfrentaram pela primeira vez, em 1923, quando da inauguração do estádio do Barro Preto, num empate em 3 a 3, poucos poderiam imaginar que os rivais se tornariam tão íntimos. O clube rubro-negro foi o primeiro adversário interestadual do Cruzeiro, e nesta quarta (8), 95 anos depois, eles se encontram, no Maracanã, às 21h45, para dar início à maior batalha da fase de oitavas de final da Copa Libertadores da atual temporada.

Um confronto que poderia ser muito bem uma final da competição continental. Mas, já que não é, o duelo credenciará, como aponta o zagueiro Léo, um dos times como forte candidato ao título. “É um jogo de decisão, com casa lotada. Uma partida deste tipo vai exigir bastante dos dois times. É apenas oitava de final, mas que vai colocar frente a frente duas grandes equipes brasileiras que, com certeza, têm tudo para chegar até a final”, diz o defensor.

Os campos nacionais, onde os encontros entre ambos são rotina, ficaram pequenos. A América do Sul também vai respirar essa rivalidade.

“É um jogo muito decisivo, que vai ser de muita pegada, mesmo que sejam apenas dois times brasileiros. Libertadores não tem partida fácil. Se você enfrentar qualquer time, seja ele argentino, colombiano, o jogo será duro. Hoje em dia não tem rival fácil, mas tentaremos sair com um resultado positivo de lá”, comenta Arrascaeta, o camisa 10 que pode ser um dos diferenciais quando a bola rolar no Maracanã.

Na decisão da Copa do Brasil do ano passado, foi dele o gol que colocou o placar em pé de igualdade. O poder definidor do maior artilheiro estrangeiro da história celeste pode ser o toque necessário para minar o rubro-negro.

“Foi muito importante aquele gol contra o Flamengo na final. É um time muito qualificado. Tem jogadores com potencial muito grande. Mas mais importante é estarmos bem, focados no jogo. Vamos ver de qual maneira o treinador vai querer que estejamos em campo. Tentaremos minimizar características positivas que eles têm. Tem uns jogadores que movimentam muito, são muito rápidos. Tentaremos criar chances para sair com resultado positivo de lá. O mais importante neste tipo de jogo é não tomarmos gol”, complementa o uruguaio. 

Lado de lá. A julgar pelo desempenho apresentado contra o Grêmio nas quartas de final da Copa do Brasil, pelo empate em 1 a 1, e pela briga pela liderança do Brasileiro, o Flamengo tentará, frente ao Cruzeiro, se firmar como candidato a todos os títulos da temporada. O peso dos 37 anos sem a taça da Libertadores influencia o famoso “cheirinho” que sempre paira na Gávea. Um histórico que nomes como o ex-cruzeirense Éverton Ribeiro tentam pulverizar. 

Mas, para os truques decorrentes das estratégias de Mano, treinados com afinco e muito mistério na Toca II neste início de semana, o Flamengo se diz preparado. O maior jogo das oitavas de final da Libertadores pode ser vencido na tática.

“Em alguns momentos, a postura do Cruzeiro nas partidas foi mais defensiva, e em outros adiantaram a marcação. Estamos prontos”, define o jovem técnico Maurício Barbieri.

 

Indefinições cercam escalação do Flamengo para esta quarta

O Flamengo anda às voltas com a situação de Guerrero, que não apareceu no treinamento desta terça (7), na Gávea, tornando-se improvável sua presença contra o Cruzeiro nesta quarta-feira. Ele se recupera de um edema na coxa esquerda e ainda não definiu seu futuro no clube rubro-negro. Para a vaga no sistema ofensivo, o técnico Maurício Barbieri trabalha com as possibilidades de Uribe, Lincoln e Henrique Dourado. 

“Em relação ao Henrique Dourado, é um jogador que nos ajuda bastante, e contamos com ele. Já conversei com ele sobre isso. Há uma disputa. O Lincoln tem evoluído muito, inclusive foi bem no último jogo. Já o Uribe tem nos ajudado muito, tem excelentes números e ainda está se adaptando ao nosso futebol”, disse o técnico rubro-negro. 

Contra o Cruzeiro, o Flamengo também não poderá contar com o suspenso Lucas Paquetá. A tendência é que o substituto seja Jean Lucas. Willian Arão corre por fora.

 

Barcos e Raniel disputam vaga no ataque celeste

O Cruzeiro desembarcou na tarde desta terça-feira no Rio de Janeiro carregando algumas dúvidas relacionadas à formação titular. No ataque, Barcos e Raniel lutam por uma vaga. A possibilidade maior é que o argentino jogue. No entanto, Raniel não foi titular contra o Vitória, no fim de semana, o que deu margem para especulações sobre possível aproveitamento. 

Arrascaeta foi questionado sobre a disputa, mas preferiu deixar a “bomba” para Mano. “Pergunta para o treinador isso (risos)”, disse o atleta. “São dois jogadores referência na área, dois caras que fazem gols e que jogam em função do time. Para nós, não muda muito. Qualquer um vai ajudar muito”, apontou. 

Rafinha, outro que não foi titular no fim de semana, também pode aparecer como surpresa na vaga de Thiago Neves ou Robinho. Sem Lucas Romero, suspenso, a lateral direita será ocupada por Edílson, que retorna ao time titular.

Ausências

Sem os Lucas. Flamengo e Cruzeiro terão desfalques consideráveis para o duelo desta quarta-feira. O que mais compromete está do lado do rubro-negro. Lucas Paquetá, suspenso em decorrência de cartões amarelos, participou de 26% dos 63 gols do Flamengo na temporada. São sete gols marcados e dez assistências em 2018. Já para a Raposa, quem não será opção é o volante Lucas Romero, outro suspenso por conta do acúmulo de cartões. Mesmo não sendo um titular, o argentino é constantemente deslocado para a lateral direita, reforçando o sistema defensivo no setor. Contra o Santos, na Copa do Brasil, Romero barrou Edílson, o teórico dono da posição. 

 

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