Polêmica

Cruzeiro nega que tenha barrado conselheiros e diz que medida foi orientada

À reportagem do Super FC, vice-presidente emitiu um comunicado afirmando que a medida de fechamento do bar destinado à Confraria se deveu a um risco de manifestações no local

Por Josias Pereira
Publicado em 11 de setembro de 2019 | 19:30
 
 
Grupo de conselheiros alega que foi barrado na porta do clube do Barro Preto Reprodução/Twitter

Na noite dessa terça-feira, conselheiros do Cruzeiro, dentre eles o presidente Gilvan de Pinho Tavares, acusaram a gestão atual da Raposa de não permitir a entrada do grupo no clube do Barro Preto para participar da Confraria Celeste. Em entrevista ao Super FC, o ex-mandatário Gilvan de Pinho fez duras críticas, afirmando que o responsável, até mesmo por expulsar quem já estava nas dependências do clube, foi Hermínio Lemos, vice-presidente do Cruzeiro. Ao Super FC, Gilvan ainda disse que estava nas dependências do clube antes de se retirar. 

"É um ato arbitrário dessa diretoria que está no Cruzeiro, que ninguém pode contestar o que está errado, tem que bater palmas para o que está errado. Fui convidado para participar de um encontro de conselheiros que estão empenhados para que o Cruzeiro volte a ter posição de destaque, de grandeza, no cenário esportivo brasileiro. O Cruzeiro abre às terças-feiras para que vários conselheiros participem de uma confraria, a Confraria Celeste, eu fui um dos convidados e estava lá dentro com um grupo que tinha 30,40 conselheiros. Mas a administração atual tomou uma atitude impensada de mandar fechar o bar interno do clube. Eles impediram os próprios membros que estavam lá dentro. Disseram que foi uma ordem do vice-presidente (Hermínio Lemos), alegando que o clube fecha às 19h. Isso é uma mentira porque a gente sabe que toda terça-feira os conselheiros ficam lá até umas 23h tomando sua cerveja, refrigerante, seja lá o que for. A turma que estava lá dentro foi convidada a se retirar porque o bar seria fechado", disse o ex-presidente do Cruzeiro. 

"Os conselheiros que chegaram depois foram impedidos de entrar no clube, mais de 30 conselheiros, tudo por ordem interna. Torcedores do Cruzeiro, por meio das redes sociais, ficaram sabendo que estávamos lá e também foram impedidos de entrar. Mas não adianta. Agora é o momento de todos estarem juntos para lutarem em prol do clube. Ficamos indignados, mas vamos continuar o nosso movimento (Pró-Cruzeiro transparente). Tenho certeza que unidos vamos colocar o Cruzeiro no caminho certo", completou Gilvan. 

À reportagem do Super FC, Hermínio Lemos emitiu um comunicado afirmando que a medida de fechamento do bar destinado à Confraria se deveu a um risco de manifestações no local. Ele ainda salientou que existem placas no local alertando que o funcionamento do clube se encerra às 17h. 

"Gostaria de esclarecer que em nenhum momento determinei o fechamento do clube. A gerência do clube recebeu orientação do setor de segurança que poderia acontecer manifestações externas com risco de depredações e agressões físicas aos conselheiros. No sentido de preservar as pessoas, o clube encerrou suas atividades. Se você for ao clube, verá placas com horários de funcionamento, ou seja, as atividades encerram às 17h", disse Hermínio. 

Críticas de Gilvan à diretoria 

O ex-presidente Gilvan de Pinho Tavares, ainda ao Super FC, emitiu críticas à diretoria e ao presidente Wagner Pires de Sá, destacando que o mandatário precisa se impor e parar de delegar as funções administrativas a terceiros. 

"Nós entendemos que há um erro da direção do Cruzeiro em querer colocar pessoas que não são aceitas dentro do Cruzeiro e que não têm trajetória no clube. O que eles (o movimento) querem que essas pessoas sejam afastadas. Se conseguirem afastar essas pessoas, o clube volta a ter harmonia. Mas insistindo nessa permanência, não vão conseguir nada. O que a gente percebe é que há uma falta de equilíbrio de quem está dirigindo o Cruzeiro", apontou Gilvan, que criticou as falas de Wagner no vídeo institucional divulgado nessa terça-feira. 

"O que ele está falando não corresponde com a realidade do Cruzeiro de hoje, se fosse isso que ele está dizendo não veríamos investigação policial, salários atrasados, dinheiro de cotas de TV adiantados para pagar dívidas, a desmontagem do elenco que eu deixei para ele (Wagner Pires) conquistar a Copa do Brasil e Mineiro de 2018 e 2019. Hoje ele está tendo que trocar tudo, enfraquecendo o elenco. As pessoas nas quais ele está confiando não estão do lado certo. O que queremos é que ele (Wagner) assuma tudo, e não ficar delegando a responsabilidade para terceiros que não possuem trajetória dentro do Cruzeiro", ressaltou. 

Ainda de acordo com o ex-dirigente, o grupo de conselheiros contrários à atual gestão está em grande crescimento, com 180 membros atualmente. Eles fazem parte da frente "Pró-Cruzeiro Transparente". 

"Hoje a gente tem em torno de 180 membros nesse movimento, mas está só aumentando. Pessoas do lado de lá já passaram para o nosso lado e a tendência é que mais mudanças aconteçam até porque a imprensa está de cima da situação e a torcida do Cruzeiro não tolera esse tipo de atitude", concluiu. 

Posição do Cruzeiro sobre Gilvan 

O Cruzeiro e a presidência do clube foram questionados pela reportagem sobre as declarações de Gilvan, mas o departamento de comunicação informou que não emitiria comentários. A reportagem também entrou em contato com conselheiros da situação, mas também não teve retorno.