Batalha jurídica

Cruzeiro trabalha com Mineirão para reaver valor em juízo e homologar acordo

Discussão pelos R$ 9,8 milhões impede anúncio de acerto com a Minas Arena, mas clube luta judicialmente e vai entrar com recurso

Josias Pereira| @josiaspereira
07/08/20 - 09h30

Cruzeiro e Mineirão se encaminhavam para o anúncio de um acordo, celebrando assim a retomada da parceria entre o clube e a Minas Arena. Todavia, uma decisão judicial referente aos R$ 9,8 milhões que estavam depositados em juízo e que seriam utilizados para a efetivação desse acordo, foram destinados à União para a execução fiscal de duas dívidas do Cruzeiro de R$ 6.186.618,15 e R$ 7.488.347,65, por determinação da juíza Patrícia Santos Firmo, em processo na 23ª Vara Federal de Execução Fiscal da Seção Judiciária de Minas Gerais.

O presidente Sérgio Santos Rodrigues afirmou que o Cruzeiro vem trabalhando junto ao jurídico da Minas Arena para recorrer da decisão favorável à União e que almeja, o mais rápido possível, anunciar o acordo com o MIneirão. 

"A gente realmente tinha feito um acordo que dependia do levantamento desse dinheiro, e o acordo acabou não sendo homologado. Claro que cabe um recurso, e ele será feito. Nosso jurídico conduzindo essa causa especificamente pelo querido Felipe Cândido e seu pai, o Raimundinho (Raimundo Cândido Júnior), que é o presidente da OAB, são os advogados nossos nessa causa, estão conduzindo isso juntamente com o Mineirão, com a equipe do Mineirão, com o jurídico da Minas Arena. Vamos recorrer, vamos correr atrás, seria uma boa noticia a ser dado, e a gente quer mostrar que esse acordo existe, a nossa conversa com o Mineirão é ótima, o Mineirão é a nossa casa e vai nos trazer muitas coisas boas ainda. Vamos brigar até o fim para resolver isso logo", apontou o mandatário celeste. 

Há poucos meses, a Minas Arena apresentou aos antigos gestores do Cruzeiro um contrato que previa o perdão de multas e juros da dívida que o clube possui com a concessionária. As cifras passariam de R$ 47 milhões para R$ 19,3 milhões, com o valor depositado em juízo, os R$ 9,8 milhões agora destinados à União, sendo repassados para a concessionária. 

O valor restante seria pago em 10 parcelas, com o clube arcando com 100% dos custos operacionais do Mineirão, e tendo dois anos de carência para começar o pagamento. A proposta não foi aceita pelo conselho gestor, que na última partida antes da pandemia levou o duelo para o Independência. 

Todavia, sob a administração Sérgio Santos Rodrigues, o Cruzeiro vem mantendo conversas amistosas com a gestora do Mineirão e um entendimento entre as partes foi firmada, aguardando agora a solução do imbróglio com a União. 

O Cruzeiro sofre com execuções tributárias e luta para ser reintegrado ao Profut, o programa de refinanciamento destinado aos clubes de futebol. O débito da Raposa com a União é de R$ 329 milhões. Os valores se dividem entre R$ 326 milhões à Fazenda e outros R$ 3 milhões à Receita Federal.

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