'Não temos dinheiro'

Dez contratados: dirigente defende política de reforços 'sem custos' do Cruzeiro

Carlos Ferreira reafirmou a busca por nomes pontuais, flexibilização da folha salarial para a Série B, mas reforçou que o time precisa de receita

Por Josias Pereira
Publicado em 30 de março de 2020 | 10:58
 
 
Carlos Ferreira durante a apresentação do volante Jean, contratado por empréstimo junto ao Palmeiras Gustavo Aleixo/Cruzeiro

Até o momento, a diretoria do Cruzeiro encorpou o elenco, que no início da temporada teve em seus quadros basicamente jogadores do time sub-20, com 10 reforços. Alguns deles renderam críticas por parte da torcida celeste. Para o sistema defensivo, o time trouxe o lateral João Lucas, os zagueiros Ramón e Marlon; já para o meio vieram os volantes Filipe Machado e Jean; e na criação e parte ofensiva Éverton Felipe, Jhonata Robert, Roberson, Marcelo Moreno e Angulo. 

Calors Ferreira, interlocutor do futebol do Cruzeiro, foi questionado pela reportagem do Super.FC se a quantidade de nomes demonstrou algum tipo de erro na análise dos nomes adquiridos neste primeiro semestre. Ele defendeu as aquisições e salientou que todas elas vieram para o clube apenas com custos salariais. 

"O Cruzeiro não tem dinheiro. Todas as contratações que foram feitas vieram sem ônus para o clube. Vieram pelo salário. O clube ofereceu salário e evidentemente caso a equipe tenha acesso à Série A alguns contratos serão renovados, mas por opção do Cruzeiro. As contratações que nós fizemos, 90% delas, foram com alguns clubes de origem dos jogadores pagando também parte dos salários. O Cruzeiro infelizmente não tem condições financeiras. Nós não podemos fazer grandes contratações pagando. Nós não temos o dinheiro", explicou o dirigente;

Apesar disso, Carlos destacou que esperava mais do time em termos de resultado. Adilson deixou o Cruzeiro na quinta posição do Estadual, neste momento fora da zona de classificação à fase final, e em uma situação muito complicada na Copa do Brasil, com a Raposa sendo derrotada dentro de casa por 2 a 0 pelo CRB, no jogo de ida da terceira fase. 

"Quanto ao desempenho, nós esperávamos que pudesse ser melhor, mas entendemos as dificuldades encontradas pelo Adilson. Agora é nova vida, o Enderson esta aí para nos ajudar. Tenho confiança que esses dois profissionais (Enderson e Ricardo Drubscky) nos ajudarão muito, mas muito mesmo, e que nós iremos, sim, subir para a Série A", reforçou o gestor. 

PACIÊNCIA

Com a vasta lista de reforços já adquiridos, Carlos Ferreira pediu paciência quanto aos nomes que deverão ser incorporados ao elenco a pedido de Enderson Moreira. O clube trabalha com reforços pontuais. 

"Houve muitas contratações no início, mas agora a gente tem que esperar. Tem que ter paciência, tem que ter calma para que o Enderson faça um balanço do elenco que ele tem, faça as avaliações e aí sim, nós poderemos buscar no mercado aquelas contratações pontuais que vão nos ajudar no acesso à Série A", disse.  

'Quanto a jogadores (reforços), a conversa foi genérica. Não teve nenhuma posição determinada, eu quero esse, aquele jogador. Nossa conversa se resumiu em fazer uma análise do elenco atual e possivelmente alguns nomes no futuro, o Enderson pode indicar para que possamos trabalhar. Mas primeiramente ele vai observar o elenco", ressaltou Carlos Ferreira. 

FOLHA SALARIAL

O período de crise econômica devido à pandemia do novo coronavírus vai trazer implicações ao futebol nacional. Com notáveis problemas financeiros, o Cruzeiro já vinha trabalhando com um orçamento reduzido. A chegada de novos jogadores poderá trazer um aumento na folha salarial da Raposa. Carlos reconhece essa flexibilização, mas atenta para a possibilidade de vendas de jogadores e a necessidade do clube gerar receita para poder lidar com a situação que atravessa. 

"Evidentemente, se houver mais contratações haverá esse aumento. Temos jogadores que estão voltando de empréstimo e que também podem nos ajudar. Se aparecer algum negócio por algum jogador também, podemos discutir até para abaixar a folha. O Cruzeiro precisa de receita", concluiu Carlos Ferreira.