Transformação

Do futebol na rua de casa ao Cruzeiro: Claudinho lida com rápida mudança de vida

Aos 19 anos, meia viu carreira ganhar outra dimensão apesar de negativas e até pensamentos de desistir; no Cruzeiro, ele quer recuperar oportunidades

Por Josias Pereira
Publicado em 16 de setembro de 2020 | 08:01
 
 
Bruno Haddad/Cruzeiro

Contratado com bastante expectativa por boas amostras no Campeonato Paulista, quando se destacou pela Ferroviária, o meia Claudinho vem lutando para se ajustar no Cruzeiro. Obviamente, a diferença entre as agremiações pesa. Muita coisa mudou na vida do garoto que, há um ano, como ele conta ao Super.FC, vivia uma outra realidade e hoje está em um dos clubes mais visados do país. 

"Tive altos e baixos. Mas, graças a Deus, deu tudo certo e cheguei a um clube gigante como o Cruzeiro, e passa o filme na cabeça. Há um tempo estava em frente à minha casa, jogando bola descalço e até jogando várzea. Em um ano, minha vida mudou totalmente", recorda Claudinho. 

Moleque, por muitas vezes, o meia levou alguns 'nãos' no mundo do futebol. Peneiras que não saíram da maneira que ele esperava. Claudinho confessa que pensou em desistir em alguns momentos. 

"Minha família inteira me incentivou, meus pais, meus irmãos, alguns tios. Mas já fiz muitas peneiras que não passei e já pensei em parar de jogar, mas Deus me deu forças para voltar e fazer o que mais amo", relatou o atleta. 

E essa força o fez chegar ao Cruzeiro, clube onde Claudinho, após oportunidades com Enderson Moreira, vem buscando retomar espaço e mostrar que pode ser útil ao time na caminhada à Série A. 

Desde que chegou ao Cruzeiro, ele atuou como titular apenas contra o Patocinense, pelo Troféu Inconfidência, e vem sempre entrando em campo como opção ao decorer dos jogos. Mas, nas últimas quatro partidas, ele não foi utilizado em três, sendo acionado apenas por nove minutos contra o Brasil de Pelotas. 

"A questão do encaixe na equipe é saber esperar e, no momento certo, aproveitar as oportunidades", projeta Claudinho, que aguarda oportunidades com Ney Franco, novo técnico celeste.

O ídolo Fábio 

Quando Fábio teve a primeira experiência no Cruzeiro, uma rápida passagem em 2000, Claudinho nasceu. E nesses 19 anos desde então, o garoto viu a história do camisa 1 celeste ser construída. Uma admiração que chegava ao videogame e hoje consolidada como um grande exemplo. 

"Marcelo Moreno, Fábio, Léo, Henrique são os jogadores que eu mais vi no videogame. E quando eu cheguei, me surpreendi muito com a humildade dele, por ser o jogador que é e ter ainda essa humildade. É de tirar o chapéu. Ele foi um dos jogadores que mais me surpreendeu quando o conheci", destaca Claudinho, que ao lado do craque, antes do videogame, espera fazer história em uma temporada atípica na vida celeste. 

"Quero fazer história. Já tem o grande desafio que é o acesso, voltar à Série A. Tenho certeza que fazendo isso, assim como o Fábio e tantos outros, posso ficar marcado na história do clube", mira o atleta. 

Pais em primeiro lugar 

Com uma carreira toda pela frente, aos 19 anos, Claudinho já conseguiu chegar em um grande clube do futebol brasileiro. Um primeiro passo dentro de um projeto de vida com sonhos ambiciosos de ajudar quem sempre lhe estendeu a mão. 

"Ajudar ao dar uma casa, um carro, ainda não consegui. Mas sempre quando meus pais precisam eu estou ajudando, estou sempre tentando de alguma forma auxiliá-los e espero mais na frente ajudar mais", declarou ao Super.FC

"Acho que todo o jogador sonha em chegar à seleção, jogar em um grande clube da Europa, e conseguir ajudar minha família, meus irmãos, meu pai. É o que sonho", reforça o meia. 

Claudinho, de 19 anos, chegou à base da Ferroviária em 2018, vindo do Noroeste, de Bauru-SP. Ainda como atleta do Sub-20, o meia fez sua estreia nos profissionais em junho de 2019. Neste ano, ele disputou a Copa São Paulo de futebol júnior e depois voltou ao time profissinal para jogar no Estadual. 

Foram 12 partidas pela equipe profissional da Ferroviária, com dois gols marcados. Até que veio o Cruzeiro, com um vínculo por cinco temporadas, até julho de 2025, e uma proposta de R$ 2 milhões por 70% de seus direitos econômicos.