Revolta azul

Do silêncio à revolta: sem render, Cruzeiro é acuado pela própria torcida

Cruzeirenses relataram que o presidente Wagner Pires de Sá precisou deixar o Mineirão ainda no intervalo, por causa de ameaças

Thiago Nogueira| @SuperFCoficial
29/11/19 - 06h00

- Não acredito que vamos cair desse jeito.
- O time está nervoso, é pressão demais.
- Estourou o estopim, já era.
- Time sem vergonha.
- Os caras não querem saber de jogar.

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As frases acima foram colhidas nos corredores do Mineirão em um dos dias mais tensos de sua história. Alguns mais exaltados, outros com lágrimas nos olhos. O Cruzeiro foi derrotado pelo CSA nessa quinta-feira (28) e viu sua situação se complicar na briga contra o rebaixamento no Campeonato Brasileiro. O time celeste segue em 17º lugar, com 36 pontos, primeiro no Z-4, restando três rodadas para o fim da competição.

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A equipe alagoana saiu na frente no primeiro tempo. Thiago Neves teve a chance do empate em cobrança de pênalti, mas chutou para fora. Do silêncio à revolta. No intuito de parar o jogo e colocar pressão, torcedores ascenderam sinalizadores e o árbitro precisou parar a partida por alguns minutos.

O episódio gerou um corre-corre nas arquibancadas e muitos torcedores, por precaução, decidiram deixar o estádio. Crianças precisaram ser protegidas pelos pais. Objetos foram atirados no campo, incluindo garrafas, copos e chinelo. Houve pressão no túnel e a Polícia Militar precisou usar escudos para proteger os atletas.

Torcedores relataram que o presidente do Cruzeiro, Wagner Pires de Sá, precisou deixar o Mineirão ainda no intervalo, por causa de ameaças. Assim como já avisado pela diretoria de futebol, os jogadores do Cruzeiro não concederam entrevista na zona mista. 

Apenas Thiago Neves falou à TV Globo na saída do gramado por causa de contrato com a detentora dos direitos de transmissão. Abel Braga também não concedeu entrevista. Na saída do vestiário, depois do banho, os atletas também se recusaram a atender as solicitações dos jornalistas, assim como o direto de futebol Marcelo Djian. O único a falar na dramática noite foi o diretor de comunicação Valdir Barbosa, que virou uma espécie de porta-voz do momento mais difícil da história do clube.

 

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