Entrevista exclusiva

Ídolo do Cruzeiro, Alex está pronto para iniciar uma nova carreira

Ex-camisa 10 conversou com a reportagem do Super.FC e contou como se preparou e os desafios para se tornar treinador de futebol

Dimara Oliveira e Gláucio Castro| @superfcoficial
25/11/20 - 08h00

Com a bola nos pés ele foi genial. Não à toa ganhou o apelido de Talento. Levantou troféus estaduais, da Copa do Brasil, da Libertadores e do Campeonato Brasileiro. Viveu anos de glória no Cruzeiro, onde conquistou a Tríplice Coroa, em 2003. Mas chegou a hora de Alexsandro de Souza, ou simplesmente Alex, deixar tudo para trás e começar do zero. Claro que a experiência e o nome adquiridos ao longo dos anos serão importantes para os primeiros passos na carreira de treinador, que ele tentará iniciar no ano que vem, mas o ex-camisa 10 sabe que a partir de agora a história é outra. Os títulos e glórias pouco adiantarão se os resultados não aparecerem. 

"Acho que tive uma carreira boa dentro de campo, mas que ficou para trás. Virou história. O treinador é um menino, que está tentando buscar o primeiro emprego e vai errar muito, tem um caminho longo para trilhar. As coisas não se misturam. A história de jogador ficou para trás, a de treinador vai iniciar", brinca o ex-atleta no auge dos seus 43 anos.

Alex não é simplesmente mais um aventureiro que trocou as chuteiras pelas pranchetas. O ex-camisa 10 vem trabalhando neste projeto há cerca de quatro anos. Depois de ganhar o apoio da família, investiu em cursos para adquirir outro tipo de conhecimento que os gramados e vestiários não deram. "Primeiro fiz licença B, que é mais voltada para a base, depois fiz a A e agora tenho que ir a campo trabalhar para ver como vai ser a experiência como jogador com a parte teórica que eu venho estudando há quatro anos", projeta ele.

Se o currículo de treinador ainda não tem nada além de cursos para apresentar aos clubes, as lições aprendidas dentro das quatro linhas dão uma bagagem importantíssima. "Tenho minhas experiências de campo e isso ninguém tira. É direito adquirido desde as categorias de base até as equipes principais com todos os jogadores e treinadores que trabalhei. Depois que parei de jogar, passei a observar e trocar experiências de uma outra forma de quando eu era jogador, que é um mundo de muita disputa e de muita competição", compara o ex-atleta que começou no Coritiba, mas vestiu também as camisas de Palmeiras, Parma-ITA, Flamengo, Cruzeiro e Fenerbahçe-TUR. 

Tudo que ele podia fazer foi feito para iniciar a carreira de treinador. Agora falta a primeira oportunidade, e Alex sabe que não será tarefa fácil. "Onde começar é algo bem interessante de se estudar. Vou conversar com os clubes para saber se têm interesse que eu trabalhe. Meu currículo é zero. Quem me contratar vai ter que confiar naquilo que eu apresentar nesse papo. Me preparei, estudei e agora é o momento de fazer a coisa funcionar, de dar certo, com a ilusão de que posso estar neste meio tendo uma carreira produtiva e longa", projeta o novo técnico do futebol brasileiro. 

Planos futuros

Em primeiro lugar, Alex, que pendurou as chuteiras em 2014, projetou e estudou para ser treinador, missão que ele espera colocar em prática já no próximo ano. Mas, antes mesmo de a nova etapa começar, o ex-jogador já olha um pouco mais adiante e não descarta se tornar um cartola. 

"Dirigente lida com contratos, parte política, dinheiro, lida com muita gente exta futebol. Minha pretensão no momento é de lidar com futebol, bom bola, com vestiário, com jogadores. É possível que esse seja um segundo passo após ser treinador, mas não neste momento", explica.

 

 

 

 

 

 

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