O sobrevoo rasante sobre o Mineirão que assustou a torcida do Cruzeiro no início da partida contra a Ponte Preta, na última quinta-feira (16), pela Série B do Brasileiro, segue gerando polêmica. Por meio de nota, a HBR Aviação S/A, responsável pela manutenção do helicóptero, rebateu a versão apresentada pela dona da aeronave e afirmou que ela tinha "ciência inequívoca" do voo, "conduzido por piloto da proprietária da aeronave".
A HBR Aviação afirma que no dia do jogo entre Cruzeiro e Ponte Preta a aeronave passou por um 'voo de testes', mas garante que tudo foi feito de acordo com as normas e total ciência da proprietária do helicóptero. Por outro lado, a empresa reconhece que seus técnicos também estavam no voo, mas apenas com a missão de 'verificar os parâmetros' da aeronave.
"Diante das notícias divulgadas a respeito do sobrevoo realizado pela aeronave PR-VJX no Estádio do Mineirão, durante partida pela Série B do Brasileiro, a HBR Aviação S/A vem esclarecer que, naquela ocasião, estava em curso um voo de testes que se fez necessário após um período de manutenção da aeronave em sua base de Belo Horizonte, sendo certo que tal voo: (I) foi realizado após a concessão de autorização especial da ANAC, a pedido da HBR, (II) foi precedido de ciência inequívoca da proprietária da aeronave, ao contrário do que esta, surpreendentemente, alegou, e (III) foi conduzido por piloto da proprietária da aeronave, o qual, consoante os artigos 165 e seguintes, do Código Brasileiro de Aeronáutica (Lei n.º 7.565/86), era o único responsável pela operação e pela segurança da aeronave, exercendo poder soberano sobre todos os aspectos relacionados ao voo, notadamente a localização da sua realização e a altitude respectiva, bem como sobre os demais tripulantes (dentre eles, os técnicos da HBR, que tinham a função exclusiva de acompanhar, analisar e verificar os parâmetros da aeronave para garantir, então, a sua almejada aeronavegabilidade)".
A empresa de manutenção lamentou a versão apresentada pela proprietária da aeronave e afirmou que se coloca à disposição das autoridades para a apuração dos fatos.
"A HBR cumpriu à risca tudo o que lhe competia à luz das normas do setor e não teve, tampouco tinha como ter, qualquer ingerência sobre o sobrevoo, razão pela qual registra que os fatos noticiados, embora lamentáveis, estão além do seu campo de responsabilidade, e que estará à inteira disposição das autoridades para quaisquer esclarecimentos que se fizerem necessários".
Inicialmente, na sexta-feira (17), a MHE Participações e Empreendimentos, dona do helicóptero, informou que a aeronave estava em manutenção, em responsabilidade da empresa HBR. Segundo a MHE, o voo teria acontecido sem o conhecimento da própria empresa proprietária, que "tomaria as medidas cabíveis contra os responsáveis pelo ocorrido".
No mesmo dia, a reportagem de O Tempo Sports procurou a HBR para dar sua versão sobre os acontecimentos. Entretanto, por meio de sua assessoria de comunicação, preferiu não se manifestar: "A respeito do caso, não temos nada a declarar", resumiu nota emitida pela empresa de manutenção de aeronaves.
Para complicar ainda mais a situação, é importante lembrar que o helicóptero não possuía o certificado em dia para realizar voos, além de o voo ter infringido as leis de aviação, já que sobrevoou a uma distância muito próxima da cobertura do estádio.
A reportagem tentou novo contato com a MHE Participações e Empreendimentos, mas ainda não teve retorno. Assim que isso acontecer, esta matéria será publicada.