Trabalho sério e contínuo

Organização e insistência premiam escalada com presença na Olimpíada

Modalidade teve alto nível dos seus eventos reconhecido pelo Comitê Olímpico Internacional (COI); Brasil buscará vaga em Tóquio em fevereiro de 2020

Por Daniel Ottoni
Publicado em 18 de setembro de 2019 | 12:36
 
 
Jean será um dos representantes brasileiros no Pan, em fevereiro, que dará vaga em Tóquio 2020 Divulgação

A escalada esportiva, mais novo esporte que estará presente na Olimpíada, foi premiada pela insistência. Depois de quase três décadas de tentativas, a modalidade finalmente entra no hall de esportes olímpicos, com intenção de ser mantida para as próximas edições do maior evento esportivo do mundo. Para ter esse reconhecimento, foi necessário um trabalho de anos, mostrando seriedade e organização dos principais envolvidos na federação internacional. 

"O circuito mundial de escalada é muito forte e frequente, mantendo um bom nível de organização 'redondo' nos últimos 10 ou 12 anos. São etapas que não falham, com muitos views de transmissão, contando com um público fiel e gerando mercado. Isso ajudou bastante, conciliando com interesse do Comitê Olímpico Internacional (COI) de retomar uma boa audiência dos Jogos Olímpicos, aproximando-se de um público mais jovem", comenta Jean Ouriques, membro da seleção brasileira, natural de Belo Horizonte. 

O fato das etapas não apresentarem desistências e imprevistos acabou pesando para o COI confiar na capacidade de quem tem relação direta com a modalidade. A primeira tentativa da escalada estar em Olimpíada aconteceu ainda em 1992, quando os Jogos aconteceram em Barcelona. "Teve uma campanha forte nesta época, com um atleta escalando a Torre Eiffel, em Paris, cidade que recebeu uma reunião que tinha a intenção de mostrar o potencial da escalada. A Federação Internacional manteve um trabalho constante desde então, com esse foco de fazer a escalada entrar na Olimpíada, o evento que melhor representa os méritos e o espírito esportivo", completa Jean. 

Tudo ou nada

Depois de etapa do Mundial no Japão, em agosto, definir os sete primeiros atletas de cada sexo, uma nova competição em Toulose, na França, vai confirmar a vaga de mais catorze atletas. Com o Brasil fora das disputas, a chance para o país vai acontecer no Pan-Americano em fevereiro de 2020, em Los Angeles (EUA), quando apenas o campeão e campeã irão para Tóquio.

"São poucas vagas, até porque a escalada ainda será um esporte de demonstração na Olimpíada. A esperança é que a modalidade cresça, assim como o número de atletas. Espero que a escalada seja um sucesso na Olimpíada e que siga presente em outras edições", destaca Jean, que estará presente nos EUA em busca de um feito histórico para a escalada brasileira.