Para jogar, só com salários em dia

CBV garante que vai manter regra do fair play financeiro para temporada 20/21

Exigência pode fazer com que clubes que teriam lugar na elite percam a vaga pela não quitação de débitos

Por Daniel Ottoni
Publicado em 19 de junho de 2020 | 08:00
 
 
Equipe carioca conta com jogadores da seleção de Brasil e Argentina Erbs Jr.

Diante da crise econômica que acertou em cheio muitos clubes da Superliga de vôlei, em virtude da pandemia do novo coronavírus, uma possibilidade que poderia acontecer foi descartada pela Confederação Brasileira de Vôlei (CBV). A entidade garante que não vai realizar nenhum tipo de alteração na regra do fair play financeiro, que exige que todos os clubes participantes comprovem a quitação de seus débitos.

A reportagem do Super.FC fez contato com a CBV e recebeu a informação de que a regra seguirá a mesma. Antes de cada temporada, todos os clubes participantes precisam enviar documento à organizadora do campeonato garantindo não ter débitos com nenhum atleta. Para isso, o elenco da temporada anterior precisa assinar documento comprovando que recebeu todos os salários em dia. 

A reportagem apurou que a CBV, no dia 23 de junho, vai enviar carta-convite para todos os clubes que têm direito a jogar a principal divisão do vôlei nacional. O deadline para retorno e pagamento da taxa de inscrição é 15 de julho. A partir daí, a presença de outros times seria negociada. 

Para a temporada 2020/2021, alguns clubes precisarão correr atrás do prejuízo para não perder a vaga que podem ter direito. Um deles é o Denk Maringá (PR), presidido pelo ex-levantador Ricardinho. O dirigente chegou a voltar a jogar na última Superliga de forma emergencial depois que muitos jogadores abandonaram o elenco pela falta de pagamento com a competição em andamento. 

Outros clubes que também encontraram dificuldades para arcar com seus atletas foram América Vôlei, de Montes Claros, e Ponta Grossa, que acabaram rebaixados. Os dois times podem receber convite da CBV para jogar caso a desistência de Sesc (RJ) e Vôlei Ribeirão (SP) seja confirmada. Até o momento, a CBV não teve oficialização dos times sobre sua extinção. Enquanto a situação parece ser praticamente definida para o time carioca, o lado paulista ainda luta para encontrar patrocínios e sobreviver. 

Ricardinho afirmou à reportagem que não existem garantias, até o momento, da manutenção do projeto de Maringá. Caso o clube não participe, a vaga poderia 'cair no colo' de Anápolis (GO), que terminou a Superliga B na terceira posição. No feminino, Itajaí, que garantiu o acesso, não deve participar da Superliga. O time do interior catarinense não participou da reunião com a CBV realizada na última segunda-feira.