Líder na recepção

Maique tem 1ª final de Superliga contrastando com posição de referência no Minas

Apesar de ter apenas 23 anos, defensor percorreu caminho saindo do Três Corações até a seleção brasileira, estando cotado para disputar Olimpíada

Por Daniel Ottoni
Publicado em 13 de abril de 2021 | 08:20
 
 
Maique vai fazer sua estreia no momento mais importante da Superliga William Lucas - Inovafoto - CBV

 Ao mesmo tempo em que ainda é novo, com 23 anos, o líbero Maique, do Fiat Minas, é uma das principais peças do elenco do técnico Nery Tambeiro. Maique apareceu no Três Corações, antes de ser contratado pelo time de BH e mostrar um trabalho que o fez chegar até a seleção brasileira. Maique chegou a defender o Uberlândia, subindo os degraus necessários antes de chegar a um dos clubes mais tradicionais do país. 

No time adulto da seleção, mostrou sua capacidade para brigar de igual com Thales por uma vaga na Olimpíada, disputa que segue acirrada, colocando os dois na grande final da Superliga masculina de vôlei.

Apesar de tudo ter acontecido muito rápido na carreira de Maique, algumas situações ainda são novas, como estar na final do maior torneio do país, o que vai aparecer para o defensor pela primeira vez. 

O jogo de abertura da série melhor de três acontece nesta quarta-feira, às 19h, no CT de Saquarema (RJ), com transmissão do Sportv. O segundo jogo acontece no mesmo horário na sexta-feira e, se necessário, um terceiro confronto define o novo campeão no domingo. 

“Essa é a minha primeira final de Superliga. Era um momento muito esperado. É uma mistura de emoções até difícil de expressar. É um sentimento de gratidão e de muita alegria. Nem imaginava viver tudo isso. Com 11 anos, a minha preocupação era ajudar os meus pais em casa de alguma forma. Olho para trás e passa um filme na mente: a criança cheia de sonhos que eu era e, hoje, me tornando um homem realizando tudo aquilo e podendo dar um conforto melhor para a minha família”, recorda. 

Depois de se classificar na quarta posição, o Minas passou pelas quartas de final e semifinal sem a necessidade do terceiro jogo, mostrando a força de um grupo coeso, que encontrou seu melhor ritmo de jogo nas fases decisivas. 

“Foi difícil não só para nós, mas para todas as equipes, e demos a volta por cima. Enfrentamos alguns casos de Covid e também de lesões, mas, com todo o suporte e a estrutura do Minas, conseguimos nos recuperar bem e estar com força máxima nesta final”, comenta. 

Com 76% de eficiência, Maique é o jogador com a melhor recepção do torneio, mostrando sua qualidade para deixar o levantador William em boas condições de distribuir o jogo. No fundo de quadra, o líbero tem correspondido para ser um dos destaques do Minas na campanha que já garantiu uma medalha no peito ao final da temporada. 

“Para muitos tem essa disputa particular entre eu e Thales, mas eu só quero entrar e manter o nível do meu trabalho. Eu quero o título e dar o melhor de mim, sempre", conta. 

"O favoritismo do lado deles, com cinco jogadores da seleção e campeões olímpicos, não nos abala, até porque acreditamos na nossa equipe e em todo o trabalho que estamos fazendo. Independentemente de quem esteja do outro lado, buscamos a vitória”, garante.