Vôlei

Marcelo Mendez: "No final, são as pessoas que fazem tudo valer a pena"

Mundial mostrou reconhecimento do treinador do Sada Cruzeiro a nível internacional; caráter e competência são enaltecidos por colegas de profissão que também disputam a competição

Por onde passa, Marcelo Mendez deixa amigos e sua marca como treinador do mais alto nível | Foto: FIVB/Divulgação
Daniel Ottoni - Enviado especial a Częstochowa (POL) *| * Repórter viajou a convite da organização
01/12/18 - 09h38

O mundo do vôlei foi muito generoso com Marcelo Mendez, técnico do Sada Cruzeiro. Muito mais do que títulos e reconhecimento, um dos troféus mais valiosos para o treinador argentino, que levou o time celeste para seu sétimo Mundial seguido, é o saldo positivo das relações humanas que o ambiente profissional lhe proporcionou.

Mesmo em um lugar distante como a Polônia, onde acontece a edição de 2018 do Mundial, até este domingo, Marcelo encontra amigos e conhecidos, que sempre mostram como ele é querido, por seu caráter, e pela competência que demonstra na beira das quadras. 

"O vôlei é minha vida, minha família. Foi por causa deste esporte que tive a oportunidade de ser jogador e treinador e conhecer muita gente, fazer amizades de anos. Isso foi o mais importante que o vôlei me deu nestes 10 anos de Brasil, nos seis anos como técnico na Europa e no período como atleta", comenta. 

Na edição de 2017, Marcelo já havia se encontrado com Andrea Gardini, técnico do Zaksa-POL. Nesta edição, Mendez esteve próximo de Camilo Placi, italiano treinador do Fakel-RUS, que se classificou no outro grupo, ao contrário do time de Belo Horizonte, que se despediu precocemente. 

Mesmo com eles não se encontrando, a alegria de ambos é grande pelo fato de compartilharem experiências parecidas no maior torneio de clubes do planeta.

"Conheço o Camilo desde quando eu era jogador. Ele era assistente de um grande treinador que tive e tentou me levar para a Itália quando fui lá jogar. Na época, eu já havia acertado com outro time e não pude ir. Mas ali começou uma amizade que dura até hoje, já nos encontramos várias vezes como treinadores", conta. O italiano retribuiu o carinho quando foi entrevistado pela reportagem antes do Mundial, fazendo questão de mandar uma saudação especial para o argentino. 

Outros conhecidos de Mendez são Vladimir Alekno, técnico do Zenit Kazan-RUS e Angelo Lorenzetti, técnico do Trentino-ITA, que são adversários de longa data. Alekno foi rival quando Marcelo era técnico da Espanha, enquanto Lorenzetti, no seu período à frente do Piacenza, foi oponente quando o argentino treinava o Palma de Mallorca-ESP. 

Marcelo Mendez sabe bem como a carreira de treinador traz alegrias e tristezas. Fazendo questão de colocar perfeição em tudo que faz, ele sabe que, no fundo, independentemente dos resultados dentro de quadra, o que ficam são as amizades e os laços que o vôlei lhe deu.

"No Sada Cruzeiro, formamos uma família entre jogadores e membros da comissão técnica. O que fica no esporte são as amizades e os momentos vividos com essa gente. Passo mais tempo com eles do que com minha esposa e meus filhos. Por onde passei, a convivência sempre foi muito boa, tanto aqui como em outros lugares tive a sorte e o privilégio de conhecer pessoas que vou levar sempre para onde for", completa.

Neste sábado, acontecem as semifinais entre Lube Civitanova (ITA) e Resovia (POL) e também entre Trentino (ITA) e Fakel (RUS). 
 

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