Sem deslizar

Montes Claros terá desfalque de oposto após piso 'travar' e provocar acidente

Kerber viu braço ficar preso na quadra em tentativa de 'peixinho' e lamenta mudança do equipamento, que já acumula seguidas reclamações de atletas

Por Daniel Ottoni
Publicado em 20 de novembro de 2020 | 11:50
 
 
Kerber teve dificuldade para deslizar na quadra em momento de defesa Juliana Kageyama

Era questão de hora para o novo piso da CBV provocar lesões e desfalcar times. Depois da ponta Jaqueline, do Osasco Audax (SP) postar vídeo com 'queimadura' provocada após se jogar na quadra, durante treino, agora foi a vez do Montes Claros ter problemas. Neste caso, uma situação mais grave, que vai afastar o oposto Kerber do jogo deste sábado contra o vice-lanterna Guarulhos, às 19h, no Norte de Minas. 

Durante treino desta quinta-feira, o atacante tentou um 'peixinho' e o ombro esquerdo acabou ficando preso na quadra, que tem material diferente do usado até a última temporada. A reportagem do Super.FC fez contato com integrantes do elenco americano, que confirmaram que foi mesmo o piso que provocou o acidente, com o clube podendo emitir um ofício à CBV pedindo providências.  

"O braço travou e fui com o peso em cima do ombro. Estava muito suado na hora e acho que o piso teve interferência, o ideal seria deslizar. Para sábado, acredito que dificilmente jogarei, estou com  dificuldades de levantar o ombro. Vários atletas já reclamaram deste problema da quadra 'queimar' e não deslizar", lamenta o jogador. 

Por uma questão de marketing, sem consultar clubes e atletas, a Confederação Brasileira de Vôlei (CBV) decidiu mudar o piso dos 24 times da Superliga, que conta com as cores do Banco do Brasil, seu principal patrocinador.

Antes destas situações, outros incidentes já tinham acontecido durante o Super Vôlei, em Saquarema. A umidade do local fez com que a quadra ficasse escorregadia, com os pontos úmidos tendo dificuldade de serem localizados em virtude da nova cor da quadra.

"Quando a quadra está molhada, temos que parar o treino imediatamente porque não se enxerga com clareza o ponto, isso dificulta muito nosso trabalho. O piso antigo era melhor, deslizava mais e a identificação destes pontos molhados era nítida", reforça Kerber. 

Recentemente, a CBV afirmou que estaria se reunindo com os representantes da empresa responsável pelo piso para novas avaliações. A reportagem pediu um retorno do encontro mas não teve resposta. Enquanto isso, os atletas seguem em risco.