Por síndrome do pânico, Gabi Cândido justifica dispensa da seleção

Nos últimos dias, uma sequência de pedidos de dispensa apareceu na mesa do técnico José Roberto Guimarães, da seleção brasileira feminina de vôlei. Um deles, no entanto, surpreendeu muita gente: o da jovem ponteira Gabi Cândido. A atleta, que defende o Vôlei Bauru-SP, tem passagens por seleções de base e teria, no time adulto do Brasil, a oportunidade de treinar com atletas mais experientes.

Inicialmente, a atleta alegou motivos pessoais para justificar sua ausência. Após críticas e muitas conversas de bastidores tentando entender o real motivo, Gabi veio a público, por meio das redes sociais, para apontar a real razão do pedido de dispensa. A jogadora sofre da síndrome do pânico e, por isso, não se sente à vontade para dar a devido atenção à seleção no atual momento.

"Não devo satisfação a nenhum de vocês. Mas já que vocês gostam tanto de nos julgar, eu vou explicar o porquê de eu não ter me apresentado. Tenho uma doença chamada síndrome do pânico; ou seja “crises repentinas de ansiedade aguda, marcadas por muito medo e desespero, associadas a sintomas físicos e emocionais aterrorizantes.” para que entendam melhor. Estar na seleção e uma cobrança muito grande, pressão, viagens longas, quantidade alta de treinamentos, cortes, tudo o que deixa ansiosa e faz atacar minha doença. Estou me tratando há dois anos. Mas não existe 100% de cura para esse tipo de doença. Ela vem e volta quando quer. Quando eu permito. Mas as vezes esse “permitir” foge do meu controle. Eu não queria ter esse tipo de doença. Não queria estar passando por isso, e queria muito que as pessoas antes de cuidarem da minha vida, procurassem saber o real motivo do meu pedido de dispensa. Dói muito em mim ler comentários tão cruéis me chamando de covarde. De pessoas que nem se quer me conhecem ou sabem quem eu sou. Depois de uma longa temporada cansativa e com todos os objetivos do primeiro ano de SESI Bauru sendo alcançados, preciso descansar meu corpo e minha mente. Já existem muitas doenças, brigas, armas de fogo nos matando. Vamos nos ajudar, ao invés de apontar o dedo", postou a atleta. 

Antes dela, já haviam pedido dispensa a levantadora Dani Lins e as líberos Tássia e Camila Brait. A central Adenízia pediu, antes da convocação para não ser chamado e sua companheira de posição Thaisa anunciou, recentemente, aposentadoria do time nacional.