Com um dia de atraso, mas sempre em tempo, não poderíamos deixar de registrar o aniversário de uma ilustre fabricante de automóveis que está chegando ao seu quadragésimo quarto ano de Brasil.
Estamos falando da Fiat, que desde 1976, ano de sua inauguração, vem mudando o panorama de Minas Gerais, no contexto nacional. A caçula entre as quatro grandes, expressão que não se apropria mais à nossa realidade, cresceu. E apareceu muito.
Ainda é uma jovem, aos 44, perante as americanas, GM e Ford, ou a alemã VW. A montadora italiana demostrou nestas décadas o vigor e a ousadia necessárias para ocupar, por muitos anos, a liderança do mercado nacional.
Posição inimaginável há quarenta e quatro anos, quando iniciou sua linha de produção em Betim (MG). A trajetória até aqui não foi fácil, muitos obstáculos tiveram de ser superados para que a caminhada tenha sido tão exitosa e hoje possa nos orgulhar tanto.
Recordar é viver
Vamos relembrar alguns episódios que marcaram esta história e que apenas veteranos se recordam. Como o fato de ter sido o ex-governador do estado, Rondon Pacheco, um dos responsáveis pela instalação da Fiat no Brasil e particularmente, em Minas.
Mas não foi fácil. Muitas foram as dificuldades na empreitada de descentralizar a indústria automotiva, naquela época, em sua totalidade, concentrada no estado de São Paulo.
Os obstáculos que lhe foram impostos desde que a Fiat começou a demonstrar interesse em por aqui instalar sua fábrica de automóveis (os italianos já operavam outros negócios ligados à produção de tratores e implementos agrícolas em Minas Gerais, através da Fiat Allis) só serviram de estímulo para continuar acreditando no potencial de nosso estado. Fatos marcantes ficaram esquecidos pelas mais de quatro décadas passadas desde sua inauguração.
Bairrismo
Foi árduo o trabalho de convencimento em desviar de São Paulo o núcleo desta que é, sem dúvida, a mais aglutinadora das atividades industriais e vagão da economia brasileira: a indústria automobilística.
A resistência comandada por Luís Eulálio de Bueno Vidigal Filho, que era o poderoso presidente da Federação Paulista das Indústrias de São Paulo, a Fiesp, deve ter sido das mais fortes.
Nesta parte da história, entra o papel fundamental do governo de Minas como financiador de parte do investimento. Não fosse essa parceria, Minas não teria tido o privilégio de ter tomado o protagonismo do setor, com a liderança da marca Fiat, por muitos e muitos anos.
Em sua constituição original a Fiat era um misto de empresa privada e estatal e foi decisiva esta participação. Durante o período em que o governo de Minas esteve participando ativamente do capital era ele quem designava o presidente da Fiat.
Primeiro, Adolfo Neves Martins da Costa, depois, Miguel Augusto Gonçalves de Souza, até que o governo se desfizesse de sua participação no negócio, para que a livre iniciativa tomasse as rédeas e a tornasse este gigante complexo industrial, que está na cabeça de todos quando o assunto é automóvel.
Nasce a FCA
Em 2014 ficou ainda maior, incorporou a seu portfólio outras grandes e tradicionais marcas, como Jeep, Dodge e RAM, para se tornar a FCA - Fiat Chrysler Automobiles, a partir daí ergueu sua segunda fábrica no Brasil.
Desta vez, o estado escolhido foi Pernambuco, onde mantém, no município de Goiana, região metropolitana da capital Recife, uma das mais modernas plantas industrial do mundo. Por lá produz os SUV Renegade e Compass, ambos com a marca Jeep e a picape Toro, esta com emblema Fiat e, diga de passagem, todos eles líderes de mercado em seus respectivos segmentos.
Ano passado inaugurou no Polo Automotivo de Betim, o Centro de Segurança Veicular, ou Safety Center, com investimento de cerca de R$ 40 milhões de reais. O complexo permite a FCA autossuficiência para capacitação e validação em testes de segurança em seus futuros projetos no Brasil e em outras fábricas da montadora no exterior.
Sem contar muitos outros espaços que cuidam do projeto, desde sua concepção até os testes virtuais. A picape Nova Strada, recém-lançada, tem tudo para seguir na trilha absoluta como a número 1, portanto, motivos não faltam para celebrar a passagem de mais um ano de vida da “mineira” Fiat. “Auguri di buon compleanno”.
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