Sem dar chance

Sada Cruzeiro dizimou soberba russa nos três títulos do Mundial de clubes

Lokomotiv Novosibirsk e Zenit Kazan, por duas vezes, tiveram time celeste como carrasco no momento mais importante do torneio intercontinental

Daniel Ottoni| @dottoni
18/07/20 - 11h00

Para chegar ao topo do mundo, o Sada Cruzeiro teve um combustível que poderia ser evitado por seus adversários. Não bastando a motivação de jogar em casa, ter o ginásio Divino Braga, em Betim, completamente lotado e a certeza de que poderiam fazer história, o elenco usou a soberba dos adversários russos para dar ao oponente uma lição que nunca mais seria esquecida.

No título de 2013, o primeiro dos três que estão na galeria de troféus, o oponente foi o Lokomotiv Novosibirsk, que mostrou uma postura esperada e já conhecida, que acabou se repetindo nos anos anteriores. Todas as conquistas do Cruzeiro no Mundial vieram diante de times russos, com o Zenit Kazan ganhando também esta amarga experiência pra sua conta. 

"Quando a gente se encontrava na troca de treinos, eu brincava com o nosso grupo, dizendo que esses caras de 2,15m e 2,20m, deveriam ter a certeza de que passariam pelo nosso time, que tinha tamanho de jogadores de futsal. Parecia que eles estavam seguros que iam ganhar, mas mostramos, no momento de decisão, que ali as coisas era bem diferentes", conta o ponta Filipe.

A arrogância russa, que foi devidamente castigada, era algo que não causou surpresa para os jogadores do Sada. "Russo de 'salto alto' é redundância, faz parte da característica deles, sempre se sentem superiores, demonstram isso o tempo todo. Lembro que, na hora de assinar a súmula do jogo, o treinador deles recusou a caneta do árbitro e tirou a própria do bolso, uma caneta importada. Aquilo ali já mostrava como eles eram", cita o líbero Serginho.

Os russos acabaram criando motivos para criar incômodo, como as reclamações sobre o calor do ginásio, que não tinha a refrigeração que eles se acostumaram a encontrar na Europa. Apesar da insistência do Lokomotiv para tumultuar, a estrutura e organização daquele evento tem, até hoje, uma das notas mais altas recebidas pela Federação Internacional de Vôlei (FIVB).

"Eles queriam colocar algo de negativo para amenizar toda a situação que enfrentavam. Eles buscavam se sentir mais confortáveis e, dentro da quadra, achavam que podiam, vencer a qualquer momento. Mas, do outro lado, tinha um time jovem e cascudo que, a partir dali, não teria limite algum para vencer", afirma Serginho. Depois de perder para os russos na fase de grupos no tie-break, a revanche veio na decisão com triunfo celeste por 3 a 0. 

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