Córdoba

A curiosa história de uma mesquita que se transformou em igreja

Templo deixado pelos árabes ocupa todo o centro histórico; vale a pena ainda visitar os pátios e experimentar a culinária em dois mercadões

Ter, 04/06/19 - 03h00

Os mouros dominaram a península Ibérica por mais de 800 anos. A influência desse povo pode ser percebida na cultura, na gastronomia e na arquitetura. No caso da Andaluzia, mais ainda. A região foi o último bastião dos árabes a ser conquistado pelos reis católicos. Também estão nas principais cidades os monumentos mais eloquentes desse domínio – a catedral e o alcázar de Sevilha, os palácios e jardins de Alhambra em Granada e a Mesquita-catedral de Córdoba.

Cerca de 200 km e muitos campos de oliveiras separam Granada de Córboda. Os olhos crescem quando se avistam as plantações. O azeite espanhol tempera o salmorejo, a sopa de tomate gelada, o flamenquín, o rolo de lombo recheado de jámon e as tapas. Comer é, sem dúvida, um dos grandes prazeres de uma viagem à Andaluzia. Em Córdoba, o êxtase se multiplica com a catedral-mesquita.

Grandiosidade

A terceira maior mesquita do mundo, erguida por ordem do emir Abd al-Raiman I, no século XIII, foi preservada em suas características originais 700 anos depois da reconquista da região pelos reis católicos. Uma igreja foi construída no coração do edifício e se sobrepôs ao templo muçulmano, porém adaptando-o, sem destruí-lo. Em meio a arcos, colunas, mosaicos e muitos detalhes árabes, estão altares de mármore e madeira, coro com 109 assentos, pinturas e imagens de santos, uma cúpula e tetos ricamente decorados.

Curiosamente, quando passou a ser templo católico, o minarete foi transformado em campanário, mas permanece o imenso pátio decorado por laranjeiras, onde os muçulmanos costumavam se lavar antes das orações. O tour guiado é feito em ordem cronológica. É preciso absorver, contemplar e compreender toda essa incrível transformação. Tudo impressiona, brilha, exacerba: dos arcos distribuídos de forma assimétrica aos mosaicos, ladrilhos e inscrições nas paredes.

Atrativos

O imenso edifício ocupa boa parte do centro histórico. A poucas quadras está o Alcázar de los Reyes Cristianos, fortaleza dos reis católicos erguida no século XIII. De 1490 a 1821, o local serviu de base para a Inquisição. 
Vale se perder pela Juderia, o bairro dos judeus, admirar os becos floridos e visitar os pátios das casas – todo ano, no mês de maio, acontece a Fiesta de los Patios de Córdoba, concurso para escolher o pátio mais bonito da cidade. 

Perto estão Museu Arqueológico e dois excelentes mercados gastronômicos – Victoria (mercadovictoria.com/en), o primeiro a abrir as portas na Andaluzia, localizado em uma construção de 1877 e com 30 barracas de culinária de todo o mundo, e Pátios de la Marquesa (lospatiosdelamarquesa.com), com distintos pátios com ar andaluz e apresentações ocasionais de flamenco.

Destaque para a tripulação, serviços e pontualidade

Minha primeira viagem a Madri pela companhia Air Europa foi diurna. A aeronave decolou pontualmente às 14h10 do aeroporto de Guarulhos, depois de um de um check-in rápido e eficiente. A vantagem do voo diurno é que você aterrissa em Madri com o dia amanhecendo, às 5h30, podendo descansar pela manhã no hotel.

A aeronave utilizada para a operação foi o Boeing 787-9 – Dreamliner, com configuração 1-2-1 na classe executiva e 2-4-2 na econômica, com bom espaço para as pernas e reclinação padrão. Esse equipamento veio a substituir o Airbus 330.

No voo de ida não havia entretenimento individual, mas era possível baixar o aplicativo da companhia no celular ou tablet. No voo de volta, o sistema de entretenimento tem séries e filmes em cinco idiomas, mas muito poucos em português. Se você esqueceu os fones de ouvido, precisará pagar € 3.

Uma hora após a decolagem, o jantar foi servido, com opções de massa ou frango, acompanhadas de pão, manteiga e sobremesa. Para beber, sucos, refrigerante, vinho e cerveja. Minutos depois, o atendente volta oferecendo chá ou café. No café da manhã, antes do pouso, foram oferecidos sanduíche, café e chá.

O voo de volta ao Brasil decolou de Madri às 23h45, chegando à capital paulista às 5h30, já descontando as cinco horas de fuso horário. Para quem viaja de BH, há a opção de voos diretos com companhias parceiras. Em resumo: os voos foram tranquilos, sem muita turbulência, mas me surpreendeu mesmo o atendimento da tripulação – gentil, atencioso, até com esforço para falar o portunhol.

Passeios

Granada:

Alhambra. 14 euros (visita geral), 7 euros (visita noturna aos Palacios Nazaries) e 8 euros (Palacios Nazaries, Generalife e Alcazaba): alhambra-patronato.es

Catedral. 5 euros a visita autoguiada. catedralde granada.com

Casa-museu Federico García Lorca. Parque Lorca. Ingresso a 3 euros em horários marcados. huertadesanvicente.com

Córdoba:

Mesquita-catedral.
10 euros (mesquita), 2 euros (campanário) e 18 euros (visita noturna guia Alma de Córdoba). mezquita-catedraldecordoba.es

Alcázar de los Reyes Cristianos. 5 euros. alcazardelosreyescristianos.cordoba.es

Museu Arqueológico. 1,50 euro. museosdeandalucia.es/web/museo arqueologicodecordoba

Companhia aérea. Air Europa

Informações: Acesse https://www.aireuropa.com/br/voos

Preço. A partir de US$ 690 (ou R$ 2.690,79 ida e volta na cotação de 03.06.2019), saindo de Belo Horizonte com destino a Sevilha e conexão (e não parada) em Madri, e já incluindo as taxas de embarque.

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