Entrevista

"A WTM marca a retomada da indústria turística no nível global", afirma Mayle

Primeira feira de turismo de grande porte do ano começa no dia 10, terá caráter híbrido e aposta na retomada dos negócios

Por Paulo Campos
Publicado em 05 de agosto de 2021 | 10:18
 
 
Simon Mayle, diretor da WTM Latin América: "De norte a sul do país, o Brasil estará representado" WTM latin America/Divulgação

Simon Mayle tem trabalho triplo neste ano. Além de ser o coordenador da principal feira de turismo da América Latina, a WTM Latin America, posto que assumiu em janeiro, em plena pandemia, ele também é diretor da ILTM Latin America, feira focada no turismo de luxo que acontece de 26 a 29 de outubro, em São Paulo, e da Proud Experiences, evento voltado ao público LGBTQ+ agendado de 8 a 10 de novembro, em Nova York (EUA). Os três eventos de turismo ocorrem neste segundo semestre e se diferem nos temas e no formato: a WTM terá caráter híbrido; a ILTM e a Proud Experiences, presenciais, porém em versão reduzida.

Expert no setor, Mayle fala, nesta entrevista, da WTM Latin America, que começa no próximo dia 10. "O evento híbrido (parte presencial e outra virtual) se coloca como uma forte tendência e entendemos que é uma oportunidade de fortalecer a presença de destinos internacionais. É preciso adaptar para atender a essa realidade", afirma o executivo, que está na Reed Travel Exhibitions, entidade organizadora da feira, desde 2010. Pela experiência de mercado, Mayle sabe como ninguém a importância de um evento desse porte para a sobrevivência e retomada do turismo, principalmente neste momento em que a vacinação avança no mundo.

Como será a WTM Latin America deste ano?

O evento deste ano será 100% virtual. Focamos em uma experiência que permita a geração de negócios e ampliação de network, por isso investimos em tecnologia para permitir que visitantes e expositores se encontrem e tenham uma experiência positiva. Um diferencial do evento é o serviço de concierge que estamos disponibilizando: temos uma equipe dedicada a confirmar a realização das reuniões, ou seja, a taxa de efetividade de contatos será muito alta, uma vez que estamos acompanhando de perto esses agendamentos e realizações de reuniões. 

Quem está confirmado, quais são os destaques?

O Ministério do Turismo confirmou a participação da pasta no evento e teremos a presença massiva dos destinos brasileiros. De norte a sul do país, o Brasil estará representado. Outro ponto positivo é a presença constante de expositores internacionais, tanto públicos como privados. Da América Latina temos confirmados Argentina, Chile, Uruguai, Paraguai, Bolívia e Colômbia. Do mundo, Emirados Árabes, Israel, Maldivas, Polônia e Egito também já confirmaram presença. A WTM Latin America deste ano marca a retomada da indústria turística no nível global.

Na reunião do Conselho Consultivo, em maio, o que vocês perceberam em termos de tendências, caminhos e possibilidades da feira para 2021 e 2022?

O evento híbrido se coloca como uma forte tendência e entendemos que é uma oportunidade de fortalecer a presença de destinos internacionais. É preciso adaptar para atender a essa realidade. De todo modo, o latino-americano em especial tem como cultura o encontro presencial e a troca olho no olho. Por isso, cada vez mais vamos criar soluções complementares ao tradicional.

A Arabian Travel Market (ATM) deste ano foi presencial. Como você pode resumir esse teste de feira durante a pandemia?

Os resultados foram muito positivos, e o que achei mais interessante é que conseguimos manter uma média elevada de cerca de 60 visitantes por expositor na ATM. Claro que tudo isso foi possível devido à rapidez do programa de vacinação nos Emirados Árabes Unidos, que permitiu que o evento ocorresse em maio.

"Todos os nossos eventos reúnem pessoas com o mesmo espírito: compradores e vendedores com uma necessidade específica, para fazer negócios da forma mais eficiente" (Simon Mayle, diretor da ILTM Latin America)

A WTM Latin América se inspirou em outras experiências virtuais. O que ela incorporou de outras feiras da Reed Exihibitions?

Sim, o DNA da Reed são feiras e eventos e, nesses últimos 18 meses, passamos por uma transformação e aprendizado profundos para continuarmos entregando eventos de qualidade e que tem como propósito principal a geração de negócios. Dentro do próprio portfolio WTM, nos inspiramos em cases positivos da WTM London e da ATM, ambos eventos ocorridos ainda em 2020. Mas como uma empresa de feiras e eventos, "benchmarking" (estratégias para aumentar eficiência) é o que não nos falta internamente e estamos sempre em contato com as demais equipes para aprimorar, inovar e, principalmente, entregar com qualidade e retorno esperado para os nossos expositores.

Você está como diretor da WTM desde janeiro. Como está sendo esses primeiros 120 dias de coordenação. O que esperar de sua direção frente à WTM Latin America?

Foi um desafio muito positivo. Embora a equipe do evento seja consciente e confiante do trabalho, o cenário atual reforça a necessidade de inovação e busca por soluções eficientes e coerentes. Nosso evento está realmente com uma expectativa positiva de realização e nós, como equipe, fizemos um trabalho admirável. Nosso desafio para as próximas edições é equilibrar o evento entre o físico e o digital, de forma que se complementem e, claro, continuar inovando, gerando resultados, trazendo conteúdo qualificado e sendo um hub de oportunidades e de conhecimento para o mercado.

Qual é, na sua opinião, a diferença entre coordenar uma feira como a WTM e ILTM? No que essencialmente elas diferem?

A diferença do ILTM para o WTM é que o mercado de luxo é um nicho dentro do setor de turismo que o WTM atende, visto que o ILTM é menor e mais focado. Muitos de nossos agentes de luxo realmente gostam de frequentar a WTM, pois há tantos produtos lá que atendem a um mercado mais amplo que eles geralmente precisam, mas nunca encontrariam na ILTM.

Para mais informações sobre a feira ou fazer sua inscrição para participar do evento, clique neste link. Só podem se inscrever na feira, profissionais do setor de turismo, buyers e imprensa especializada.