Ecoturismo

Cinco dicas de destinos de natureza reabertos

Dos parques nacionais, apenas um está funcionando; entre destinos de ecoturismo por excelência, quatro já permitem visitação controlada

Por Paulo Campos
Publicado em 26 de agosto de 2020 | 09:01
 
 
Cachoeira do Caldeirão, em Baependi Kleber Ferreira/Divulgação

O turismo de natureza é apontado pelos especialistas e por entidades do setor como um dos tipos de viagens mais procurados pelos brasileiros no pós-pandemia da Covid-19. A tendência é que os viajantes escolham regiões próximas, locais com baixa aglomeração e maior segurança e para onde o deslocamento possa ser feito de carro.

Segundo levantamento feito pelo Sistema de Apoio à Micro e Pequena Empresa de São Paulo (Sebrae-SP) e pelo Laboratório de Inteligência de Mercado em Viagens (TRLV Lab), as palavras-chave que lideram a retomada das viagens são “cachoeiras”, “trilhas”, “montanhas”, “natureza” e “cavernas”.

Em Minas Gerais, os 42 parques estaduais administrados pelo Instituto Estadual de Florestas (IEF) ainda não têm previsão de abertura. “Não temos ainda um cronograma, mas temos um planejamento elaborado e já submetido ao Comitê Extraordinário Covid-19”, afirma Antônio Malard, diretor geral do IEF. 

Já entre os 13 parques nacionais reabertos pelo Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio), apenas um é em Minas: o Parque Nacional do Itatiaia. Outros destinos ecoturistas por excelência em Minas, como Aiuroca, no Sul, e Conceição do Mato Dentro, na região Central, continuam fechados.

Parque Nacional do Itatiaia

Visitação. O Parque Nacional do Itatiaia, na divisa de Minas Gerais com o Estado do Rio, foi parcialmente reaberto desde 5 de agosto. Por conta das restrições em Minas, a entrada é apenas pelo centro de visitantes do lado fluminense. Somente as atrações do lado do Rio e na parte baixa do parque poderão ser visitadas. Nesse primeiro momento, segundo o ICMBio, a reabertura será gradual e de forma monitorada. Só podem entrar 150 pessoas por vez (40% da capacidade de público) e em grupos de no máximo seis. Na parte baixa, estão sete atrativos – piscina do Maromba, cachoeiras Véu de Noiva e Itaporani, Pedra da Fundação, Lago Azul, trilha dos Três Picos e mirante do Último Adeus. Mas está proibido banho em cachoeiras, rios e lagos. O visitante ainda deve permanecer com máscara em todos os ambientes. O parque está funcionando de quarta-feira a domingo, das 8h às 17h. Ingressos apenas pelo site cmbio.gov.br/portal.

São João Batista do Glória

Atrativos. Município privilegiado pela natureza, São João Batista do Glória, ou simplesmente “Glória”, na serra da Canastra e às margens do rio Grande, tem cerca de 130 cachoeiras catalogadas, sendo 27 delas a uma distância entre 13,09 km (cachoeira Osmar Bia) e 41,34 km (cachoeira do Remanso) do município. Entre os atrativos mais famosos estão o Paraíso Perdido, as cachoeiras Maria Augusta e do Filó, a cascata “coparque e a pedreira Lagoa Azul (às margens da BR–050). Os atrativos, as pousadas e os restaurantes estão abertos à visitação com 50% da capacidade de público. A partir de BH (362 km), pegue a MG–050, até 5 km depois da represa de Furnas, e siga à direita, numa estrada de terra, por mais 19 km.

Baependi

No entorno. A religiosidade é o destaque em Baependi – no destino fica o santuário da beata Nhá Chica –, mas a região também tem cerca de 50 cachoeiras para banho, entre elas a do Moinho, do Caixão Branco, do Caldeirão, do Juju, Itaúna, Honorato Ferreira e Três Quedas. Dessas, apenas a do Moinho tem controle de acesso. Outros atrativos são a Toca do Urubu, as corredeiras do Espraiado do Gamarra e o Morro do Chapéu. Os atrativos naturais estão abertos com 30% da capacidade, assim como hotéis e restaurantes. Na entrada da cidade, estão instaladas barreiras sanitárias para orientar os visitantes. A partir de BH, pegue a BR–381 até Campanha e depois a MG–267.

Gonçalves

Ecoturismo. Gonçalves, com pouco mais de 4.000 habitantes, teve as pousadas reabertas em junho, com ocupação de 30%. A cidade da serra da Mantiqueira está perto de sete cachoeiras, boa parte delas ainda fechadas – do Retiro, do Cruzeiro, das Sete Quedas, do Simão, das Andorinhas, dos Henriques e da Lua. Quatro endereços devem estar na agenda do visitante: o Alambique Três Barras, o Sítio Três Barras, de alimentos orgânicos (experimente o pão dequeijo com ora-pro-nóbis), o Sítio São João das Três Ovelhas, onde são produzidos queijos e doces de leite de ovelha, e a loja A Senhora das Especiarias. A 464 km de BH, pegue a BR–381, sentido São Paulo, e entre em Cambuí.
 
Caraça

Santuário ecológico. Entre as cidades Catas Altas e Santa Bárbara, um santuário gótico se ergue em meio à natureza e oferece hospedagem. O complexo está em um parque que atrai adeptos de ecoturismo e esportes de aventura. No local, sete trilhas levam a picos e exigem a companhia de guias. Eles devem ser contratados pelo site santuariodocaraca.com.br com dez a 15 dias de antecedência e pagos à parte. Das atrações naturais, as tradicionais são a Cascatinha (2 km) e Cascatona (6 km). Uma diversão à parte é a Hora do Lobo: à noite, um lobo-guará é alimentado por um padre no adro da igreja. O parque funciona das 8h às 17h. A partir de BH, pegue a BR–381, sentido Vitória, e depois a MG–436. Antes de Santa Bárbara, vire à direita para o Caraça.