Ecoturismo

Conheça Bom Jardim, a Bonito do Mato Grosso a 27 anos atrás

Distrito de Nobres “copiou” o sistema de visitação do balneário de Mato Grosso do Sul; visitante precisa adquirir voucher para passeios em um receptivo local

Ter, 19/11/19 - 03h00

Inevitável não comparar Bom Jardim a Bonito, o famoso destino de ecoturismo do Mato Grosso do Sul. Quem já viajou para Bonito percebe nitidamente a diferença – o distrito de Nobres tem menos infraestrutura. As ruas não têm calçamento e há poucos meios de hospedagem. Agências, como a Anaconda Turismo, oferecem cerca de 25 passeios para os visitantes, entre eles flutuações, banhos em cachoeiras, rafting, boia-cross, tirolesa, trilha e canoagem. A melhor opção é contratar um passeio ou alugar um carro por conta das longas distâncias.

A flutuação em águas cristalinas nos cursos d’água é o cartão-postal, entre eles os rios Triste e Salobra, onde está localizado o atrativo mais famoso da região, o Aquário Encantado. Deixe-se levar pelas correntezas e nade ao lado de peixinhos e arraias. O tom verde das águas é uma atração à parte, por conta do leite de calcário. Localizado em uma propriedade particular que também oferece almoço e redes para descanso, depois de pegar os equipamentos o visitante é puxado por um trator até uma trilha de um quilômetro que leva à nascente do rio.

Além das flutuações, outros quatro passeios são a síntese de Nobres – a cachoeira da Serra Azul (a subida de uma trilha de 800 m que leva a um poço cristalino exige condicionamento físico), o mirante do Cerrado (vai encarar uma tirolesa de 700 m de altura para ter uma vista maravilhosa?) e o Balneário Estivado (day use em um quiosque de sapé para comer e beber, prainha e lago para nadar com piraputangas).

Araras

O quarto passeio? No fim de tarde, por volta das 17h, um percurso de 200 m dentro de uma propriedade particular leva até a lagoa das Araras. No local, um bando de araras estridentes e coloridas voa para um alagado de buritis de um antigo açude para se refugiar nos troncos ocos das árvores. O ritual – assistido de bancos e deque de madeira – exige silêncio. O conselho é levar repelente e binóculo para poder visualizar as aves, assim como biguás, maritacas e periquitos.

O distrito “copiou” de Bonito seu bem-sucedido modelo de visitação – é preciso adquirir voucher em um receptivo local para ter acesso às atrações, e há um limite diário de visitantes, tudo em nome da sustentabilidade.

Esportes náuticos e de aventura?

Até 2001, os rios Manso e Casca inundavam Cuiabá. Em 2001, a construção do lago e da usina hidrelétrica pôs fim às enchentes. A obra é grandiosa: 70 m de profundidade, 3.700 km de extensão, 83 m de altura e 3 comportas que produzem 212 kW de energia.
À beira de um lago 57 km navegável, o Malai Manso conta o suporte da Companhia de Aventura (companhiadaaventura.com.br) para empreender passeios na região e práticas esportivas no lago.

O passeio de lancha dura uma hora e meia, custa R$ 220 e faz paradas nas ilhas Caribe e Bora Bora. O hóspede ainda pode alugar caiaque e stand-up paddle (ambos R$ 75) ou fazer a travessia de stand up-paddle no lago (R$ 130).

Um resort sustentável e all inclusive em pleno Cerrado

Inaugurado em setembro de 2016, o Malai Manso Resort Iate Convention & Spa oferece aquilo que se espera de uma hospedagem de luxo -– conforto em meio à natureza alternado com bate e volta a chapada e Nobres. A experiência gastronômica é um plus para o turista experimentar as delícias mato-grossenses.

A primeira imagem já do lobby é impactante: por trás das imensas janelas de vidro se avistam o lago e dois chapadões naturais – os morros do Navio e do Chapéu. Com 117 hectares, o belíssimo resort também impressiona pela estrutura, pelo paisagismo e pelo aproveitamento da área.

Da sacada do apartamento podem-se visualizar a área de lazer com piscinas, bares e espaço para crianças se divertirem em brinquedos aquáticos, campo de golfe, spa assinado por L’Occitane, uma ponte, a marina, quadras poliesportivas e circuito de aventuras com arco e fecha, parede de escalada e tirolesa. Do outro lado do lago, estão as casas de um condomínio.

O tamanho das acomodações é um destaque -– as de luxo são conjugadas com cozinha, sala de estar e varanda, suficiente para abrigar uma família com dois filhos. As 253 acomodações estão distribuídas em apartamentos no prédio principal, bangalôs de frente para o lado e casas em um condomínio.

Apesar do tamanho para os padrões hoteleiros, o resort mato-grossense oferece um atendimento personalizado aos hóspedes e se esmera em atender suas necessidades – eu, por exemplo, queria sobremesa mais light e fui prontamente atendido.

Instalado em uma região quente o ano todo, o resort explora o turismo sustentável – aproveita a localização geográfica para operar 100% com energia solar, redução da emissão de CO2 no meio ambiente e uma política disseminação de práticas sustentáveis entre seus funcionários e colaboradores.

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