Turismo cultural (IV)

Em Prados, turismo de experiência envolve a gastronomia

Queijaria, linguiça artesanal e trufaria são experiências para aguçar o paladar; descubra onde comer na cidade

Por Paulo campos
Publicado em 25 de julho de 2022 | 22:43
 
 
Dona Nini e a culinária mineira do restaurante Grotão: recomendadíssima Edy Fernandes/Divulgação

Prados é uma cidade para se descobrir aos poucos. Uma dica é visitar a Linguiças Prados (@linguiçasprados) e se deliciar com as receitas caseiras de Reginaldo Nascimento. Ele fez fama na cidade após ficar em quarto lugar com uma linguiça à base de cordeiro no concurso "A Melhor Linguiça do Brasil", do programa "Mais Você", de Ana Maria Braga.
 
Em uma portinhola, ele comercializa desde linguiças comuns até as exóticas como de tilápia no azeite, bacalhau e filé de salmão com alcaparras e azeite, além de hambúrgueres, pão de alho e rocamboles salgados recheados. Ele confidencia que o segredo da linguiça é o tempero. A produção é de 500 kg de linguiça por semana.
 
Passar pela região do Campo das Vertentes e não experimentar o Queijo Minas Artesanal (QMA) é um sacrilégio. A Fazenda Fortaleza (@fazfor7) é uma das queijarias abertas à visitação. A produção, recente, começou em dezembro, segundo o mestre queijeiro Roberto Carlos Soares, que veio direto da serra da Canastra para auxiliar no processo.
 
Na fazenda do empresário Marcondes Moura, já são produzidas de 40 a 50 peças de queijos Far For por dia, vendidas a R$ 70 na lojinha. Na visitação gratuita e sem necessidade de agendamento, o turista pode acompanhar desde a alimentação e a ordenha do gado até a produção da iguaria. O próximo passo, segundo Soares, é a produção do queijo de cabra.
 

Onde comer

 
Em Prados, não há muito restaurantes, e a maioria também não abre à noite. As exceções são o restaurante Katracas, na Pousada Vivenda Letícia (Facebook/Vivenda Letícia), e a Popdi Pizza, na praça Vivaldo Soares. Também não espere, a exemplo da vizinha Tiradentes, uma diversificação gastronômica: os melhores restaurantes servem culinária mineira.
 
Recomendadíssimo, o Restaurante Grotão é o mais famoso. A mãos de dona Nini, 84, ainda comandam a cozinha e acompanham todo o preparo para garantir o sabor. "A pessoa vem, come e fica dez anos com o gosto na boca", comenta. Os destaques são o feijão tropeiro e o tutu à mineira, feitos em porções generosas e ao preço único de R$ 90.
 
Os filhos trabalham com dona Nini no restaurante, e cada um tem uma função específica. O sítio Nossa Senhora das Graças seduz logo o visitante à chegada: uma área verde com piscina natural, um antigo moinho, um restaurante de madeira e nove quiosques. Não deixe de experimentar os doces e, claro, a cachaça artesanal.
 
Para quem quer ir longe, Marília Santana traz o feijão tropeiro e o frango frito como carro-chefe de seu restaurante. Há 13 anos, ela oferece em ambiente familiar uma comida saborosa, honesta e barata  os pratos custam, em média, de R$ 30 a R$ 40. Não é por acaso que o Restaurante da Marília (rua Vereador José Pedro de Moura, 921) vive lotado.
 
Ainda na rua Vereador José Pedro de Moura, uma casa insuspeita esconde o ateliê culinário Trufas Pradense (@trufaspradense). No fundo da casa da mãe, o confeiteiro William da Silva Marques montou sua cozinha e produz mais de 30 receitas de família, além de bolos sob encomenda. Depois de experimentar seu bem-casado, você vai querer agradecer de joelhos.