Planejamento

Mochilão em qualquer idade

Mais que tempo e dinheiro, é preciso organização para tirar do papel o sonho de viajar com uma mochila nas costas

Sáb, 12/09/15 - 03h00
Cair no mundo. Em Praga, Rafael, ao lado de Luíza e Natália, com quem fez vários mochilões pelo mundo | Foto: Arquivo pessoal

Precisa-se de dinheiro e de tempo, recursos valiosíssimos e quase escassos. Precisa-se de um pouco de coragem também para cair no mundo de uma maneira desapegada. Mas o que é preciso mesmo para, finalmente, fazer aquele mochilão no exterior que tanta gente tem feito, menos você (até agora), é planejamento, garantem “mochileiros profissionais”.

“Dinheiro é um desafio, mas as pessoas, de forma geral, não se dão conta de que viajar não precisa ser tão caro assim, se houver um planejamento bem-feito. Viajar, principalmente sozinho, e pra quem nunca fez isso, pode ser assustador, mas, superado isso, é fantástico. Você pode conhecer gente no meio do caminho e também aprender a lidar com a sua própria presença. O mais difícil de se conseguir é ter um período específico para poder viajar”, enumera Rafael Sette Câmara, do blog 360 Meridianos, com uma volta ao mundo e mochilões por Europa, África do Sul e América do Sul, incluindo o Brasil no currículo.

O primeiro passo para tirar o mochilão do papel, ele ensina, é decidir o(s) destino(s). Podem ser destinos que te interessam, mas também é importante ficar atento às oportunidades, como promoções de passagens para determinado país ou região. “Comprar com antecedência de quatro a seis meses já é uma maneira de não gastar muito”, completa.

Compradas as passagens, é hora de estruturar o roteiro e começar a fazer as contas dos gastos diários na estrada. “É muito fácil economizar com hospedagem. Quem nunca mochilou tem medo de hostel, mas não há motivo. É um ambiente com gente com o mesmo objetivo, que é mochilar. Tem ainda o couchsurfing, uma opção de hospedagem gratuita. Dá para economizar com comida também, optando pelos restaurantes onde os locais comem, que têm comida mais barata. É possível também usar a cozinha do hostel”, exemplifica.

Aos 60

Assim como tempo, dinheiro e insegurança, a idade também é um problema. Mochilão não é exclusividade de jovens, prova a jornalista Iracema Genecco, que, ao completar 60 anos, há quatro anos, fez o primeiro mochilão de sua vida. Sozinha, visitou quatro países europeus ao longo de quatro meses. “Eu decidi que queria ficar bastante tempo fora, mas gastando o mínino possível. Desde então, foram quatro mochilões por Europa, Irã e Estados Unidos.

O próximo mochilão já está nos planos: mais Europa, por oito meses. “A primeira vez tem aquele misto de insegurança e medo de não saber o que fazer, de se perder. À medida que vai passando, você vê que é possível fazer tudo”, afirma.

“Fiz check-up, seguro-viagem, e o físico também tem que estar um pouco em condições, pois caminha-se bastante, arrasta-se mala, sobem-se e descem-se escadas”, alerta Iracema, para quem “não tem dessa de ‘não posso ir à Europa porque não falo inglês. Com um vocabulário mínimo, um inglês ‘macarrônico’, você consegue viajar”, garante.


Ferramentas

Pesquise voos. Dá para comparar preços de passagens em companhias aéreas do mundo todo em: www.skyscanner.com.br e www.google.com/flights. Também é possível se cadastrar para receber alertas de promoções

Estime custos. O site www.quantocustaviajar.com faz projeção de custos com hospedagem, alimentação, transporte e atrações em diversas cidades do mundo

Defina roteiro. Descubra como ir de uma cidade a outra de trem, ônibus ou avião no site www.rome2rio.com, que ainda mostra o preço estimado de cada tarifa

Busque informação. Blogs de viagens estão repletos de relatos e dicas que ajudam a tirar dúvidas sobre destinos, custos e planejamento

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